O Elvas recebeu este domingo, dia 24 de agosto, o Portimonense “B” em partida a contar para a Série D do Campeonato de Portugal.

Três pontos que poderia ter ficado em casa, tal não fosse a falta de eficácia. Dois vermelhos e muita emoção ditaram o cenário ideal para um final de loucos.

Faltou o “quase”

O jogo parecia prometer muitos golos e muita emoção logo pelos minutos iniciais. O Elvas parte muito pressionante, com muita “sede” de baliza, e o cronómetro não precisou correr muito.

Primeiro por Nuca, após cruzamento de Cleiton. Depois por Javi Bernal, uma com um remate cruzado, outra só com o guardião pela frente, numa grande defesa do guarda-redes.

Tudo parecia encaminhado para que a série de jogos a marcar continuasse. No entanto, já com cinco golos marcados, a cada vez menor intensidade por parte dos cavaleiros não o permitiu.

Balança equilibrada

As equipas foram-se habituando uma à outra e o ritmo acabou por equilibrar. Ainda assim, nota positiva para a organização defensiva elvense na primeira parte, a conseguir fechar e tapar todos os “buracos”.

Já no momento ofensivo, acontecia uma clara mudança de sistema. A formar uma linha de três, com Zimbabwé ou João Bandeira a descer para perto dos centrais, o que permitia aos laterais juntarem-se no ataque.

Por falar no momento ofensivo, há dois jogadores a destacar. Primeiro, Cleiton a ser um diabo à solta pela direita e uma dor de cabeça para a defesa adversária. Depois Javi Bernal a ser uma verdadeira referência e a ser o mais solicitado dentro de área.

Previsão: Vida Difícil…

Sendo esta a terceira jornada e com vários jogadores novos no plantel, a equipa de Bruno Dias apresentou-se bem rotinado, com boas dinâmicas e bem trabalhadas. Contudo, pecava sempre no derradeiro momento, seja no passe, seja no remate.

Certo que o treinador transita da temporada passada, assim como alguns jogadores, mas os treinos pareciam apresentar bons indicadores.

Ainda assim, o verdadeiro teste seria a segunda parte, uma vez que Bruno Bolas (até agora com pouco trabalho) foi expulso ao minuto 44’ por falta sobre Tommy, avançado algarvio que aparecia isolado, depois de receber uma bola nas costas da defesa.

10 x 11? Não parece

Avizinhava-se um segundo tempo complicado, com muitos momentos defensivos e com a posse muito próxima da área de Hugo Mosca, guardião que entrou.

No entanto, com menos um em campo, nada pareceu que havia desvantagem para o lado dos azul e ouro. Entraram forte, muito pressionantes e com vontade de “matar” o jogo logo no início da segunda-parte.

Nos primeiros segundos, Cleiton descobre João Bandeira no enfiamento da pequena área, que cruzou em chapéu para o segundo poste, que Javi Bernal só teve de encostar de cabeça. O espanhol anotou assim o quarto no campeonato.

A falta da desvantagem numérica ia sendo camuflada pela muita qualidade do pé esquerdo de Cleiton. Muitas das oportunidades passaram pelo cabo-verdiano, que podia muito bem ser o homem do jogo… Não fosse a sua expulsão ao minuto 64’.

Agora sim, vida difícil

Se já é difícil gerir a desvantagem de um jogador, quanto mais a de dois. O que iria Bruno Dias fazer? Primeiro passo: Chamar os capitães e a defesa, com Hugo Mosca no chão.

O técnico estava irrequieto com a nova desvantagem. Notava-se a olhos vistos, mas os jogadores corresponderam bem em campo, com uma linha de cinco na defesa, com Cesar Medina a ser o “novo” defesa e Enoh o “novo” lateral esquerdo.

Segurar os ímpetos adversários e tentar, quando seguro, um contra-ataque. Era isso que estava no papel. Na prática, mais uma vez, bem rotinados, ao que pareceu.

Contudo, revés e dos grandes… Guilherme, que entrou no decorrer da segunda-parte, desferiu um grande golpe, aos 87’. Isolou-se nas costas da defesa e rematou para o primeiro.

Minutos loucos algarvios

Daí para a frente, era tentar o que se podia para os elvenses. Tarefa ainda mais difícil para os homens de Bruno Dias, que ainda assim foram tentando com contra-ataques.

Porém, é certo que era preciso um espírito de guerreiro imenso, mas não foi suficiente. Bem tentaram os cavaleiros, mas a luta terminou já nos 90+6’, com um golo de Abulai.

Zimbabwé ainda caiu na área adversária, Diogo Grácio bem queria furar a defesa, Enoh bem queria meter velocidade, mas nada fazia prever um verdadeiro “golpe de teatro”.

Jogo de loucos, cheio de emoção, mas que terminou a série de vitórias dos azul e ouro. A derrota não seria expectável no início, mas no futebol, a bola só termina de rolar quando o árbitro apita.

O ElvasPortimonense “B”12Javi Bernal (46′)Guilherme (87′)
Abulai (90+6′)