A bombeira e candidata a vice-presidente da Câmara de Alpiarça pela Aliança Democrática (AD), Alexandra Almeida, lançou duras críticas à política florestal do Governo. O desabafo foi partilhado nas redes sociais após ter estado mais de 24 horas no terreno, envolvida no combate aos incêndios da Covilhã e do Piódão.
“Isto não é apenas fogo. É falta de planeamento, é falta de gestão florestal, é ausência total de prevenção”, escreveu. Para a bombeira, a realidade que se repete todos os verões traduz-se em bombeiros “a correr atrás do prejuízo, sempre a remendar o que nunca foi prevenido”.
Almeida recordou a tragédia de Pedrógão Grande, em 2017, onde 66 pessoas morreram, garantindo que, apesar das promessas feitas na altura, “nada mudou”. A candidata sublinhou que os operacionais continuam a combater incêndios em terrenos abandonados, sem acessos, cheios de mato e sem faixas de contenção, condições que considera mínimas para uma resposta eficaz.
A bombeira vai mais longe ao denunciar que os profissionais continuam a “ver colegas a morrer” e a trabalhar por “um valor hora, vergonhoso, miserável”.
Num tom crítico, deixou ainda uma questão: “E depois, quando tudo arde, surge sempre a mesma pergunta: quem ganha com isto? A floresta desaparece e no seu lugar surgem painéis solares, minas de lítio ou parques eólicos. É assim que se faz gestão do território em Portugal: deixa-se arder e depois entrega-se ao privado.”
Na sua reflexão, Alexandra Almeida lamenta que os bombeiros só sejam lembrados como “heróis” quando morrem, e termina com um aviso: “Que não digam depois que ninguém avisou.”