A Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) apelou esta segunda-feira ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, assim como a todos os partidos políticos e à sociedade civil, para que reflitam sobre o “cenário negativo” verificado nas colocações da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.

Em comunicado, a AAC considera que os resultados agora conhecidos “nada tiveram de habitual”, sublinhando uma “quebra acentuada e alarmante” no número de estudantes colocados, com uma estimativa de redução de 12,1% face ao ano anterior.

Segundo dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), foram colocados 43.899 estudantes, o número mais baixo desde 2016, ano em que foram admitidos 42.958 alunos. A associação destaca ainda o aumento significativo do número de vagas por preencher: 11.153, o que representa um crescimento de 130,4% em relação ao ano passado.

A AAC afirma que os resultados agora divulgados não surpreendem, apontando para problemas estruturais já anteriormente denunciados. “Há muito que alertávamos para as graves insuficiências na vida dos estudantes, nomeadamente no que diz respeito à ação social, com os preços médios da habitação a disparar uma vez mais, acompanhados pelo evidente aumento do custo de vida num conjunto de outros domínios do quotidiano como a alimentação e a mobilidade”, refere o comunicado.

A associação estudantil acusa o sistema de não garantir as condições básicas para o sucesso académico dos estudantes e afirma que “a desafiante conjuntura socioeconómica, associada a um processo de candidatura desajustado e impraticável, bem como a uma série de outros fatores, desencadearam o cenário alarmante e negativo que ontem se testemunhou”.

A AAC conclui o apelo defendendo que “chegou o momento de, efetivamente, todos os jovens terem direito a estudar e a um futuro de sucesso em Portugal”, exigindo medidas concretas e eficazes para garantir a sustentabilidade do sistema educativo nacional.