Este sábado, 21 de dezembro, Pedro Chagas Freitas foi confrontado com a morte do seu editor e amigo Pedro Sobral. O administrador da Leyla e presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, foi atropelado na zona de Belém, em Lisboa e não resistiu.

Através da sua conta de Instagram, o escritor escreveu um sentido texto a lamentar esta morte trágica: "2024, escuta bem: és um cabrão. Levaste o meu pai. Puseste o meu filho meses num hospital. E agora levas o Pedro. O Pedro era o meu editor. Mas não era só um editor. No Pedro, encontrei uma pessoa a quem tinha o orgulho de chamar amigo. Nele, confiava sem hesitar, de olhos fechados. É raro pensar assim, sentir assim. Neste último ano, nesta m**** deste ano, soube-o ainda mais", disse.

"O que ele fez enquanto o Benjamim estava internado, o que ele se preocupou, as mil e uma vez em que nos ajudou sem querer nada em troca, a maneira como nem se importou com o dinheiro quando estava em causa o bem maior enterneceu-nos a todos aqui em casa. Para o Pedro, a vida era uma coisa boa, e fazia com que a vida de quem com ele estava fosse uma coisa melhor. Há tão poucas pessoas assim, tão poucas. Mas a vida, às vezes, é mesmo uma cabra", continuou.


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O condutor do veículo ligeiro que atropelou Pedro Sobral fugiu do local e entregou-se quatro horas depois na esquadra. "Hoje, enquanto fazia mais um dos seus exercícios matinais, foi abalroado por quem não devia estar na estrada. Por quem não poderia estar ao volante. Não podia. Estava. E o Pedro deixou-nos. Assim, sem aviso, sem despedida. Foi-se um homem dos bons. E eu não sei o que fazer com isto. Como entender isto, como saber que lógica é esta. Somos todos um pedaço de pó que é embrulhado e enviado para longe sem qualquer sentido", destacou o escritor.

E rematou: "Pedro, o Presidente da APEL; Pedro, o editor da LEYA; Pedro, o meu amigo. Onde estiveres, fica bem. Um dia, tenho a certeza, vamos encontrar-nos. Se vires o meu pai por aí, dá-lhe um abraço, diz que lhe sentimos a falta como se nos faltasse um pedaço do corpo. Diz-lhe ainda que 2024 há-de acabar. Que nós por aqui nos vamos aguentar. Sem ele, sem ti. Temos de aguentar, não é? F***-**."