
Anunciada no distrito e Área Metropolitana do Porto no âmbito do Onomatopeia -- Festival de Literatura Infantojuvenil de Valongo, a escolha do júri constituído por Álvaro Magalhães, Adélia Carvalho e Margarida Noronha foi unânime, resultando de uma análise a cerca de 200 obras de autores de Portugal, Espanha, Angola, Brasil e Colômbia.
A vitória partilhada deve-se, segundo explicou o júri à agência Lusa, ao facto de ambas as escritoras se distinguirem pelas suas "narrativas poéticas de amplitude verdadeiramente universal".
No primeiro caso, Raquel Patriarca concorreu ao prémio com o livro "Os avós são as pessoas preferidas dos pássaros", que, ilustrado por Sérgio Condeço e editado pela Nuvem de Letras, do grupo Penguin Random House, se desenrola "num ritmo envolvente, com movimento e sensibilidade, e numa linguagem que capta toda a realidade e essência vital da relação entre avós e netos".
Natural da cidade angolana de Benguela, onde nasceu em 1974, a escritora tem uma licenciatura em História, um mestrado em História da Cultura Moderna e um doutoramento em História do Livro, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É autora de livros sobre a história do Porto, uma obra de poesia e contos infantis incluídos no Plano Nacional de Leitura, sendo que, em paralelo à escrita, trabalha também como bibliotecária, documentalista, investigadora e docente.
Já a candidatura de Francisca Camelo envolveu o título "A casa invisível", com ilustrações de Carolina Celas e edição da APCC -- Associação para a Promoção Cultural da Criança. Num registo narrativo "sensível e intimista", esse livro apresenta protagonistas que o júri diz serem facilmente identificáveis para o leitor e coloca-os em situações quotidianas que refletem amor nos "gestos de entrega, partilha e proteção mais profundos".
A autora nasceu no Porto em 1990 e, com formação em Artes Visuais e Psicologia pela universidade local, reparte a sua atividade entre essa cidade portuguesa e Berlim. Tem poesia publicada em várias revistas e é cofundadora da plataforma 'online' "A bacana", dedicada à divulgação de literatura e arte.
Além dos 8.000 euros a repartir pelas duas principais vencedoras, o júri da edição de 2025 do Prémio Ibérico Álvaro Magalhães decidiu atribuir ainda uma menção honrosa, no valor de 3.000 euros, ao livro "Gaspar, com os pés bem assentes na lua", de Rita Taborda Duarte. Com desenhos de Sebastião Peixoto, essa publicação da editora Caminho é "de grande riqueza e inventividade vocabular", exibindo "um protagonista com várias faces, complexo, contraditório, especial e infinito".
Com 52 anos completados em 26 de abril, Rita Taborda Duarte já em 2003 venceu o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso Gulbenkian com o seu primeiro livro para a infância, "A verdadeira história da Alice". Licenciada em Línguas e Literaturas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde concluiu igualmente um mestrado em Teoria da Literatura, trabalha ainda como professora e crítica literária.
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