A BP anunciou, esta segunda-feira, que fez a sua maior descoberta de petróleo e gás em mais de duas décadas, resultado da perfuração bem-sucedida de um poço de exploração na Bacia de Santos, no Brasil.

A descoberta fica no campo Bumerangue, a cerca de 400 quilómetros de distância do Rio de Janeiro. “O poço intercetou o reservatório a cerca de 500 metros abaixo do topo da estrutura e penetrou uma coluna bruta de hidrocarbonetos [a principal matéria-prima do petróleo e do gás natural] estimada em 500 metros num reservatório de carbonato pré-sal de alta qualidade com uma extensão superior a 300 quilómetros quadrados”, detalhou a petrolífera em comunicado.

Os resultados da análise no local da perfuração indicam, no entanto, a existência de elevados níveis de dióxido de carbono, o que poderá, segundo o Financial Times, complicar a extração e aumentar os custos de processamento. Nesse sentido, a BP esclareceu que vai “iniciar análises laboratoriais para caracterizar melhor o reservatório e os fluidos descobertos”, acrescentando que “estão previstas mais atividades de avaliação, sujeitas à aprovação regulamentar".

Gordon Birrell, vice-presidente de Produção e Operações, descreveu esta descoberta como sendo a maior da BP em 25 anos. “Este é mais um sucesso num ano que tem sido excecional para a nossa equipa de exploração, reforçando o nosso compromisso com o crescimento do nosso upstream. O Brasil é um país importante para a BP, e a nossa ambição é explorar o potencial de estabelecer um centro de produção significativo e vantajoso no país”, disse o empresário, em comunicado.

Com presença no Brasil há mais de 50 anos, a BP detém 100% dos direitos de exploração do bloco Bumerangue depois de, em dezembro de 2022, ter garantido a área num leilão.

Segundo a empresa, Bumerangue é “a décima descoberta da BP em 2025 até ao momento”. A petrolífera anunciou, ainda, que pretende aumentar a sua produção global upstream (relacionada com a exploração e produção de petróleo bruto e gás natural) entre 2,3 e 2,5 milhões de barris de petróleo por dia até 2030, com capacidade para aumentos até 2035.