Donald Trump continua a pressionar a Rússia a pôr fim à guerra na Ucrânia. O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) mobilizou dois submarinos nucleares, que foram posicionados perto da Rússia na última semana.

“Estão na região”, anunciouTrump, citado pelo jornal “USA Today”. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou em reação que “numa guerra nuclear não há vencedores", cita a agência espanhola EFE. “Toda a gente deve ter muito cuidado com o que diz sobre a questão nuclear”, alertou Peskov, assegurando a Rússia não quer “entrar em polémicas”.

As provocações não são novidade e voltaram nos últimos dias entre o Presidente dos EUA e Dmitri Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e antigo chefe de Estado (2008-12). Medvedev acusou o Trump de realizar um “jogo de ultimatos” e relembrou que Moscovo possui forte poder nuclear.

Segundo a agência Lusa, Trump optou por mobilizar os armamentos nucleares na sequência destas declarações, que considerou “idiotas e inflamatórias”. Já o ex-Presidente russo alertou que ações dos EUA são “uma ameaça e um passo para a guerra” e que a Rússia “não é Israel, nem tampouco o Irão”.

Os EUA anunciaram a ida do enviado especial americano Steve Witkoff a Moscovo. Esta visita será “importante e útil”, avaliou Peskov. “Estamos sempre satisfeitos por ver o senhor Witkoff em Moscovo e estamos sempre satisfeitos por estar em contacto com ele.” O porta-voz de Vladimir Putin garante que este deseja “resolver o problema da Ucrânia através de meios diplomáticos e políticos”.

No clima de tensão entre os países, a emissora de televisão chinesa CCTV divulgou imagens de um treino militar conjunto entre a China e a Rússia, no Pacífico. Os exercícios devem durar dois dias.

A relação entre Washington e Moscovo está a deteriorar-se nas últimas semanas. Trump começou por ter, no seu segundo mandato, iniciado em janeiro, uma atitude de alinhamento com Putin. Recentemente, passou a criticar o homólogo russo em público, impaciente com a demora em alcançar um cessar-fogo na Ucrânia.

A Cassa Branca determinara um prazo de 50 dias para um acordo que pusesse fim ao conflito armado no leste europeu. Trump, no entanto, optou por diminuir o prazo para dez ou doze dias, que chegam ao fim nesta sexta-feira. Também ameaçou a Rússia com tarifas aduaneiras de 100% caso a paz não seja definida dentro deste prazo.

Texto escrito por João Sundfeld e editado por Pedro Cordeiro