As exportações portuguesas de bens derraparam 0,1% em junho, com as vendas para os Estados Unidos a caírem 39,4%. No meio da guerra comercial à volta das taxas de Trump sobre as importações, a queda na venda de bens ao exterior foi liderada pelos combustíveis e lubrificantes: Excluindo esta categoria, as exportações registam um aumento de 2,1%, indicam as estatística de comércio internacional do INE – Instituto Nacional de Estatística, divulgadas esta sexta-feira.

Mesmo assim, o semestre registou um crescimento de 3,1% nas vendas ao exterior, com as vendas para os Estados Unidos a recuarem 8% em valor.

Do lado das importações, a subida foi de 3,9%, puxada pelos produtos alimentares (+12,9%), “maioritariamente produtos agrícolas importados de Espanha”, e pelo material de transporte (+9,8%). Assim, o défice da balança comercial de bens atingiu 2 348 milhões de euros em junho de 2025, refletindo um agravamento de 337 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior, nota o INE.

Exportações e importações de 2024 corrigidas em baixa

Os índices de valor unitário (preços), “continuaram a registar variações negativas, embora menos acentuadas do que no mês anterior, -1,4% nas exportações e -1,9% nas importações (-2,2% e -3,5%, respetivamente, em maio de 2025), refere o comunicado do INE que fixa, também, os números definitivos do comércio externo em 2024: No ano passado, as exportações e as importações cresceram 2%, o que “reflete revisões de, respetivamente, -0,4 pontos percentuais e -0,2 pontos percentuais face aos resultados preliminares divulgados em junho”.

Do lado das exportações, “em junho de 2025, e tendo em conta os principais países parceiros de 2024, salienta-se o decréscimo das exportações para os Estados unidos (-39,4%), essencialmente Químicos. Em sentido contrário, destaca-se o aumento das transações para a Alemanha (+16,4%), principalmente Material de transporte”, avança o INE. A subida nesta categoria, onde dominam os veículos e outro material, “impediu uma descida mais acentuadas das exportações totais”, sublinha o comunicado.

Por categorias de produtos, o INE destaca, ainda, a queda de 28,3% nas transações de combustíveis e lubrificantes, sobretudo para Espanha, e de 10,8% nos fornecimentos industriais, “maioritariamente produtos químicos exportados para os Estados Unidos”.

Bens alimentares puxam pela importação

No que respeita às importações de bens, o INE regista uma subida de 3,9%, abaixo dos 13,5% de maio, com o índice de valor unitário (preços) das importações a manter uma variação negativa (-1,9%). Em termos acumulados, as mportações aumentaram 6,9% no 1º semestre de 2025 face ao mesmo período de 2024. É um crescimento puxado pelos produtos alimentares e material de transporte.

Assim, o défice da balança comercial de bens atingiu 2 348 milhões de euros em junho de 2025, refletindo um agravamento de 337 milhões de euros face ao mesmo mês do ano anterior e uma quebra de 886 milhões relativamente a maio, nota o INE. Os combustíveis e lubrificantes representaram 20,6% do défice da balança comercial de bens em junho.

Quanto ao primeiro semestre do ano, o défice da balança comercial de bens atingiu 14 872 milhões de euros, refletindo um agravamento de 2 371 milhões em termos homólogos