
O novo Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial e chefiado por Braima Camará – figura central no cenário político nacional – foi conhecido no Domingo e empossado pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló nesta Segunda-feira (11).
Composto por 37 membros – 26 ministros e 11 secretários de Estado – o Executivo integra representantes do Madem-G15, APU-PDGB e PRS, partidos que compõem a Plataforma API–Cabaz Garandi.
A coligação, que outrora apoiou a candidatura e o Governo do Presidente Umaro Sissoco Embaló, atravessou um período de ruptura política. A nova formação governativa é vista como um passo para a reconciliação e reposicionamento no xadrez político nacional, embora nem todos partilhem dessa visão.
Baciro Djá, líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional (Frepasna), expressou publicamente o seu desagrado numa conferência de imprensa, acusando falta de consulta prévia e decisões unilaterais. Umaro Djau, do MGD, também se distanciou, formalizando a sua posição numa carta aberta. Em contrapartida, Nuno Nabiam (APU-PDGB) e Fernando Dias (PRS) mantiveram-se alinhados com a nova liderança.

Primeiro-ministro Braima Camará e o Presidente da República, Umoro Sissoco Embaló. (Foto: DR)
Entre os novos rostos do Executivo destacam-se Júlio Mamadu Baldé (Telecomunicações e Economia Digital), Queba Djaite (Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica), Augusto Gomes (Saúde), Fidelis Forbes (Energia), Alfredo Malú (Cultura, Juventude e Desportos) e Secuna Baldé (Turismo e Artesanato).
Apesar de algumas mudanças, o novo Executivo liderado pelo empresário e político Braima Camará mantém várias figuras-chave do anterior Governo de Rui Duarte de Barros. Carlos Pinto Pereira continua à frente da diplomacia guineense, enquanto Dionísio Cabi permanece no Ministério da Defesa e Botche Candé mantém a tutela do Interior e Ordem Pública.
Ilídio Vieira Té prossegue como ministro das Finanças e Soares Sambú conserva a pasta da Economia e Integração Regional. No Ministério da Justiça e Direitos Humanos, a juíza aposentada Maria do Céu Monteiro continua no cargo, tal como o engenheiro ambiental Viriato Soares Cassamá, que permanece à frente do Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática.
No discurso de posse, Braima Camará foi claro: este será um Governo de curta duração, vocacionado para responder a necessidades urgentes nos vários sectores e preparar eleições “justas, livres e transparentes”.
Sublinhou ainda a importância da coesão nacional, apelando à participação de todos os quadros competentes, com especial enfoque nos jovens e nas mulheres, para construir “uma Guiné-Bissau mais próspera”, dando prioridade aos sectores da Educação e da Saúde.