
O corredor uruguaio da Efapel, Mauricio Moreira, contratado esta temporada para ser o líder da equipa na Volta a Portugal, não foi selecionado pelo diretor desportivo José Azevedo por não estar em condições fisicas adequadas a participar na corrida que arranca na quarta-feira na Maia, devido a uma lesão prolongada num joelho.
Campeão da Volta a Portugal em 2022 e segundo classificado no ano transato, Mauricio Moreira não consta no elenco anunciado esta segunda-feira pela Efapel. O corredor, de 30 anos, foi contratado à Anicolor em 2025, após saída conturbada desta formação no final da temporada anterior. No total, na corrente época, Moreira completou apenas 10 dias de competição, terminando apenas a Prova de Abertura e o Grande Prémio Abimota.
José Azevedo justifica a opção pela «situação física atual» do sul-americano, decorrente de uma lesão que afetou o corredor durante toda a época e que impediu de competir com a regularidade exigível a apresentar-se em forma no principal objetivo da equipa, a Volta a Portugal.
«Voltou na última prova, no Troféu Joaquim Agostinho, voltou a ressentir-se, acabou por desistir e teve de se esperar este período para ver se havia evolução na sua condição física”, explicou José Azevedo, citado pela Lusa.
«Nós queremos trazer à Volta os corredores do nosso plantel que estão em melhor condição física e o Mauricio, por todos os problemas que teve ao longo do ano, fisicamente não está numa condição que lhe permita vir correr a Volta a Portugal. Já não digo disputar a Volta a Portugal, digo corrê-la», defendeu o diretor desportivo da equipa laranja.
José Azevedo detalhou o calvário de Mauri, que começou com queixas no joelho durante a pre-temporada e agravou-se na segunda etapa da prova espanhola O Gran Camiño, no final de fevereiro.
«Fez exames, detetou-se uma lesão, esteve muito tempo parado. […] Voltou à competição no início de maio, caiu logo na primeira etapa [do Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela]. Na semana a seguir, veio para o Abimota, fez a corrida. Entretanto, fomos para o Douro e voltou a ressentir-se, voltou a parar novamente. Não há sequência de trabalho. E, depois, logicamente isso reflete-se. Perdem-se muitas semanas. Todas juntas, foram meses».
O diretor desportivo da Efapel admitiu que quando a sua equipa contratou Moreira, numa polémica transferência da agora denominada Anicolor-Tien21, «não era disto» que estava à espera.
«Nós contratámos um corredor que talvez tivesse sido nos anos anteriores o ciclista mais ganhador em Portugal. E, logicamente, contratámos na perspetiva que o Mauricio era um reforço para a equipa e que, vitórias nunca se pode garantir que vão surgir, mas que iria estar a disputar corridas e que certamente ia trazer bons resultados para a equipa não só na Volta, mas ao longo do ano», indicou.
No entanto, à medida que «corridas importantes» foram passando e a lesão foi persistindo, a tentativa foi recuperar o ciclista para a Volta a Portugal. «O que é certo é que vamos para a Volta e não se conseguiu [recuperar o corredor]. Optámos por sete corredores, temos total confiança neles e acho que temos uma equipa competitiva», concluiu.
No elenco da Efapel, Moreira foi substituído por António Ferreira, que acompanhará os compatriotas Joaquim Silva, Tiago Antunes, André Carvalho e Pedro Pinto, o russo Aleksandr Grigorev e o colombiano Santiago Mesa.