
A Comissão Europeia condenou hoje o plano israelita de aumentar os colonatos na Cisjordânia com a construção de mais 3.000 habitações, insistindo que qualquer alteração na geografia territorial precisa de um acordo das duas partes.
"A posição da União Europeia (UE) é de rejeição de qualquer alteração territorial que não seja parte de um acordo político entre as partes implicadas, pelo que a anexação de território é ilegal à luz do direito internacional", disse a porta-voz da Comissão Europeia para a diplomacia, Anitta Hipper, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
A porta-voz acrescentou que, à falta de acordo político, os colonatos de Israel são "ilegais e têm de parar".
Hoje, o ministro das Finanças israelita, Bazalel Smotrich, anunciou a construção de mais de 3.000 casas nos arredores de Jerusalém, o que isolaria a parte oriental da cidade do resto da Cisjordânia -- ambos territórios ocupados por Israel desde 1967.
Smotrich, ministro de extrema-direita que integra o Governo de Benjamin Netanyahu e que detém amplas competências nos assuntos relacionados com os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, celebrou hoje a aprovação deste plano, cuja ratificação está prevista para a próxima semana.
O plano israelita, segundo Smotrich, "'enterra' finalmente a ideia de um Estado palestiniano, porque não há nada a ser reconhecido e ninguém para ser reconhecido".
O projeto, defendeu o ministro israelita, "dá continuidade às numerosas ações sobre o território como parte do plano de soberania iniciado com a formação deste Governo".
O objetivo do atual Governo israelita, o mais à direita da história do país, é ocupar a maior porção possível do território palestiniano da Cisjordânia através dos colonatos que tem construído ao longo das últimas décadas.
Os colonatos israelitas na Cisjordânia, considerados um dos principais obstáculos a uma paz duradoura na região, são regularmente condenados pelas Nações Unidas, por serem ilegais à luz do Direito Internacional.
A Autoridade Palestiniana também criticou hoje o plano israelita sobre a construção de três mil casas entre Jerusalém e o colonato de Ma'ale Adumim, afirmando que representa a continuação da "guerra genocida" em Gaza e o agravamento da violência.
O Egito, Jordânia e Qatar consideraram, por sua vez, que os planos do Governo israelita "incentivam a violência" e condenaram os "planos expansionistas" de Israel.