Um total de 90 mulheres acusam o dono da loja de departamentos Harrods, Mohamed Al-Fayed, já falecido, de agressão sexual e violação, em comparação com as 60 anteriormente, adiantou na quarta-feira a polícia londrina, que investiga vários alegados cúmplices.
A polícia de Londres realçou que várias destas novas denunciantes relataram "múltiplos delitos", sem especificar quais e sem fornecer detalhes sobre o perfil das vítimas.
Questionada pelas denunciantes sobre a condução das suas investigações, a polícia londrina adiantou também estar a investigar "um certo número de indivíduos que eram próximos" do empresário egípcio.
Segundo os meios de comunicação britânicos, pelo menos cinco pessoas estão na mira dos investigadores.
Garantindo que estão a ser seguidas "todas as linhas de investigação razoáveis", a polícia afirmou já ter analisado mais de 50 mil páginas de provas, incluindo numerosas declarações anteriores.
Sem pedir desculpa, reconhece, no entanto, "oportunidades perdidas", noticiou a agência France-Presse (AFP).
Os testemunhos contra Mohamed Al-Fayed multiplicaram-se desde a transmissão, em setembro, de um documentário da BBC que relatava múltiplas acusações de violação e agressão sexual alegadamente cometidas pelo empresário egípcio, que morreu em agosto de 2023, aos 94 anos.
Acusações mais antigas remontam a 1979
Os ataques duraram mais de 30 anos, até 2013. Mohamed Al-Fayed nunca foi alvo de processos judiciais durante a sua vida, mas foi detido pela polícia em 2013.
Em meados de novembro, três mulheres que trabalhavam na Harrods acusaram o irmão, Salah Fayed, também falecido, de também as ter agredido sexualmente.
Os acontecimentos terão ocorrido em Londres, no sul de França e no Mónaco entre 1989 e 1997 e as denunciantes alegam ainda terem sido abusadas sexualmente por Mohamed Al-Fayed.
Além disso, o movimento "Justiça para Sobreviventes do Harrods" disse ter sido contactado por mais de 420 pessoas, vítimas mas também testemunhas, sobre incidentes semelhantes.
Dizem sobretudo respeito à loja de departamentos, mas também ao clube de futebol Fulham e ao hotel Ritz em Paris, que também pertencia a Mohamed Al-Fayed.