O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que não lhe passa pela cabeça que o Governo esteja contra a proposta socialista para aumentar mais as pensões e reiterou a tese de que há margem orçamental para essa medida.
Pedro Nuno Santos fez estas declarações aos jornalistas na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, depois de confrontado com a possibilidade de a medida orçamental proposta pelo PS no sentido de um aumento extra em mais 1,25 pontos percentuais das pensões até 1.527 euros ser aprovada contra a vontade do Governo, na quinta-feira, durante a fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2025.
"Hoje [quarta-feira] já todos percebemos que há espaço orçamental para isso. Portugal fez um avanço muito importante ao longo dos anos para melhorar os rendimentos dos nossos reformados, mas a verdade é que as pensões em Portugal continuam muito baixas e temos um custo de vida que continua a aumentar", começou por argumentar o líder socialista.
A seguir, Pedro Nuno Santos declarou: "Não me passa sequer pela cabeça que o Governo e que o PSD, que apoia o executivo, não apoie e não viabilize a proposta do PS", afirmou.
O secretário-geral do PS repetiu a ideia de que o seu partido "continua a defender o equilíbrio das contas públicas", mas contrapôs que esse equilíbrio "não está posto em causa com o aumento de pensões proposto" pela bancada socialista.
"Se o Governo e o PSD estavam disponíveis para reduzir o IRC em dois pontos percentuais - e isso é perda de receita permanente -, e cada ponto percentual de IRC são cerca de 330 milhões de euros, então não estão disponíveis para um aumento das pensões que é inferior a 300 milhões de euros?", questionou.
Pedro Nuno Santos completou que o PS tem de defender "o povo e quem trabalhou uma vida inteira".
"Foi este o partido que os fundadores do PS criaram. Temos muito orgulho em continuar. Quando há margem orçamental, ela deve ser usada para melhorar a vida do nosso povo, desde logo dos milhões de reformados que temos em Portugal", acrescentou.
Com LUSA