Dez instalações industriais e a TAP - Transportes Aéreos Portugueses emitiram cerca de 8,49 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) em 2024. O valor equivale a menos 11% de emissões em comparação com 2023 e a redução ficou a dever-se sobretudo à quebra nas centrais térmicas a gás natural, com destaque para a central da TurboGás na Tapada do Outeiro, que reduziu as suas emissões em 80%. O balanço das indústrias mais poluentes a nível nacional foi divulgado, esta quinta-feira, pela associação ambientalista ZERO, com base em dados disponibilizados pela Comissão Europeia no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE). As emissões também tinham caído na análise do ano passado.

A Refinaria da Petrogal em Sines manteve-se no topo da lista, pelo quarto ano consecutivo, com 2,63 milhões de toneladas de CO₂, o que equivale a um aumento de 11% face ao ano anterior e a quase 5% do total das emissões líquidas nacionais de 2023. “A GALP continua a ser uma empresa virada para a exploração e produção de combustíveis fósseis com mais de seis vezes e meia do seu investimento dedicado a estes combustíveis por comparação ao investimento em renováveis”, indica a Zero em comunicado.

A TAP ocupa o segundo lugar, com 1,16 milhões de toneladas emitidas, e apresenta um ligeiro aumento de 1% face ao ano anterior, considerando apenas as emissões dos voos intraeuropeus.

Nos lugares seguintes posicionam-se três empresas do setor cimenteiro: a Cimpor, em Alhandra (1,11 milhões de toneladas, +24%); a Cimpor de Souselas (0,86 milhões, +3%); e a Secil do Outão (0,85 milhões, +4%), todas a aumentar emissões. Já as centrais de ciclo combinado viram a sua produção recuar devido ao maior peso das renováveis: Elecgás do Pego (0,53 milhões de toneladas, -47%), a fábrica de Cimentos Maceira e Pataias, em Maceira-Liz (0,43 milhões, -1%), a Central Termoeléctrica da EDP, de Lares (0,33 milhões, -9%), a Lusical - Indústria Mineral, calcinação de Calcários e produção de cales não hidráulicas (0,3 milhões, -3%); e a Turbogás da Tapada do Outeiro (0,27 milhões, -80%).

Apesar da queda global, a ZERO alerta para a probabilidade de o setor da refinação, as centrais a gás natural e a indústria do cimento continuarem a dominar a lista nos próximos anos, a par do crescimento das emissões da aviação. E indica que a análise agora feita e insere no projeto europeu LIFE EFFECT, financiado pela Comissão Europeia, que “visa reforçar a participação pública e a monitorização das políticas climáticas, preparando um novo CELE que incluirá transportes rodoviários e edifícios.