Donald Trump e Volodymyr Zelensky têm encontro marcado para segunda-feira, em Washington D.C., mas, na senda da cimeira do Alasca, os dois líderes já falaram ao telefone.

Segundo a agência Reuters, o Presidente dos Estados Unidos transmitiu ao homólogo ucraniano a posição do Presidente russo, Vladimir Putin, nomeadamente uma proposta de congelamento da maioria das linhas da frente se a Ucrânia ceder toda a região de Donetsk. Se isso acontecesse, e como a Rússia já controla a província de Luhansk, Moscovo passaria a ter sob controlo o chamado Donbass, região fortemente industrializada e que sempre foi um dos principais objetivos do Kremlin.

A agência cita “uma fonte familiarizada com a discussão” (não identificada) que acrescentou que Zelensky rejeitou a proposta.

Donetsk é uma das províncias (óblasts) do leste da Ucrânia que tropas da Federação Russa invadiram em 2014. Atualmente, os russos controlam cerca de três quartos da província de Donetsk.

Expresso

Europeus chamados à discussão

A mesma fonte ouvida pela Reuters afirmou que os líderes europeus também foram convidados para o encontro de segunda-feira. Este sábado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, agradeceu a Trump “a atualização sobre as discussões no Alasca”, escreveu na rede social X.

Participaram na conversa com Trump, além de Ursula von der Leyen, Emmanuel Macron (Presidente de França), Giorgia Meloni (primeira-ministra de Itália), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Keir Starmer (primeiro-ministro do Reino Unido), Alexander Stubb (Presidente da Finlândia), Donald Tusk (primeiro-ministro da Polónia) e António Costa (presidente do Conselho Europeu).

Num comunicado conjunto, os líderes europeus defenderam que “a Ucrânia necessita de garantias de segurança inabaláveis para defender eficazmente a sua soberania e integridade territorial”. E que “não devem ser impostos limites às forças armadas da Ucrânia ou à sua cooperação com países terceiros. A Rússia não pode ter poder de veto contra o acesso da Ucrânia à UE e à NATO”.

Os europeus não se mostraram brandos e disseram que irão continuar "a reforçar sanções e medidas económicas mais amplas para pressionar a economia de guerra da Rússia até que haja uma paz justa e duradoura".

Prioridade é acordo de paz e não um cessar-fogo

Igualmente este sábado, nas redes sociais — o seu veículo de comunicação favorito —, Donald Trump deu mais informações sobre o conteúdo da cimeira do Alasca do que na conferência de imprensa conjunta (sem direito a perguntas dos jornalistas) no término do encontro com Putin.

“Foi determinado por todos que a melhor forma de acabar com a terrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia é ir diretamente para um Acordo de Paz, que terminaria a guerra, e não um mero Acordo de Cessar-fogo, que muitas vezes não se sustenta”, escreveu na sua rede social Truth Social.

Em entrevista à televisão Fox News na sequência da cimeira, disse, após lhe ser perguntado que conselho dá ao Presidente da Ucrânia: “É preciso fechar um acordo. Veja, a Rússia é uma potência muito grande, e eles [ucranianos] não são. São grandes soldados”. Trump disse também que "talvez as nações europeias precisem de se envolver um pouco".