
A Aliança Democrática (AD) e o Partido Socialista (PS) voltam a estar empatados nas intenções de voto, dois meses após as eleições que deram a vitória à AD, de acordo com o barómetro da Intercampus de julho, realizado para o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e a CMTV. A sondagem revela que a AD registou uma queda de 27% para 24,2% nas intenções de voto. Por seu turno, o PS subiu para os 21,7%, o que representa um aumento de dois pontos percentuais face a junho, impulsionado pela chegada de José Luís Carneiro à liderança. A margem de erro da sondagem, de 4%, confirma o empate técnico.
O Chega, que se tornou o segundo partido com mais deputados no Parlamento, regressa aqui ao terceiro lugar com 18,6% das intenções de voto, perdendo um ponto percentual face ao barómetro de junho. Por outro lado, o partido Livre registou o maior salto mensal entre os partidos considerados, com as intenções de voto a subirem de 6,7% para 9,1% (mais 2,4 pontos percentuais), ultrapassando a Iniciativa Liberal (IL). A IL, que elegeu Mariana Leitão como presidente, desceu de 7,6% para 6,7%. A CDU subiu ligeiramente para os 3,7% e o Bloco de Esquerda para os 2,6%, ao passo que o PAN registou uma pequena descida.
A sondagem analisou também a imagem dos líderes partidários, revelando que José Luís Carneiro tem uma imagem mais positiva junto dos portugueses do que o anterior líder do PS, Pedro Nuno Santos. Carneiro obteve 2,9 pontos numa escala de 1 a 5, a mesma pontuação de Luís Montenegro e Rui Tavares. Mariana Leitão, a nova presidente da Iniciativa Liberal, é a quarta líder com melhor imagem, com 2,7 pontos, embora ligeiramente abaixo do seu antecessor. A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, mantém a avaliação mais negativa (2,2), superando André Ventura (2,4) e Paulo Raimundo (2,3).
A sondagem de julho mostra uma dinâmica política fluida, na qual a ascensão do PS sob nova liderança o coloca em paridade com a AD e na qual partidos como o Livre ganham terreno, reconfigurando o tabuleiro eleitoral. A diminuição da percentagem de indecisos, de 9,7% para 8%, sugere uma maior definição por parte do eleitorado. A situação atual assemelha-se a um jogo de cabo de guerra, no qual, após um momento de desequilíbrio, as forças se reajustam e ambas as equipas puxam com intensidade semelhante, tornando o resultado incerto.