
Nos dias que se avizinham, os termómetros marcarão temperaturas bastantes elevadas, o que, naturalmente, agravará ainda mais o risco de incêndio. Face a esta previsão, o Governo agiu e declarou situação de alerta em todo o território continental, que está, à exceção do distrito de Faro, em alerta laranja este domingo. Confira abaixo o que passa a ser proibido e de que forma o país se irá preparar para o pior cenário.
Depois de uma semana de intenso combate às chamas em vários pontos do país, as previsões para os próximos dias não são animadoras. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informou, na quinta-feira, que as altas temperaturas, “acima da média para a época do ano”, irão manter-se até, pelo menos, dia 06 de agosto, a próxima quarta-feira.
De forma preventiva, e tendo em conta este aviso, o Executivo declarou, no sábado, situação de alerta em todos os 18 distritos portugueses entre a meia-noite deste domingo e as 23:59 de quinta-feira, 07 de agosto.
O anúncio foi feito pela ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que reconheceu que a “próxima semana será difícil”, tendo pedido, por isso, "serenidade e espírito de unidade nacional no enfrentar deste flagelo".
Mas, afinal, o que significa o estado de alerta? Num comunicado divulgado no seu site oficial, o Governo explica que esta situação “compreende um conjunto de medidas de carácter excecional”.
De forma a minorar o risco de incêndio, até, pelo menos, à próxima quinta-feira, é estritamente proibido:
- Aceder, circular e permanecer no interior dos espaços florestais definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;
- Realizar queimadas e queimas de sobrantes de exploração, ao passo que as autorizações que tenham sido emitidas serão suspensas;
- Proibido realizar trabalhos em espaços florestais com recurso a maquinaria, com exceção, claro está, quando necessário em situações de combate a incêndios;
- Realizar trabalhos em espaços rurais com motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal;
- Utilizar fogo de artifício ou qualquer outro material pirotécnico, todas as autorizações emitidas para o efeito ficam suspensas.
Esta declaração excecional implica:
- O reforço de meios das forças de segurança em operações de fiscalização e de apoio às operações de proteção de socorro;
- O aumento do grau de prontidão das equipas de emergência médica de saúde pública e apoio social;
- A mobilização permanente das equipas de Sapadores Florestais, do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF);
- O aumento do nível de prontidão das operadoras de redes fixas e móveis e de transporte e distribuição de energia;
- A realização por parte da GNR de ações de patrulhamento e fiscalização aérea nos distritos com risco de incêndio muito elevado e máximo
- A dispensa de serviço ou a justificação das faltas de todos os trabalhadores que acumulem a função de bombeiro voluntário, com exceção daqueles que executem funções nas Forças Armadas e de Segurança, na Proteção Civil e no serviço público de prestação de cuidados de saúde de emergência;
- A emissão de comunicados por parte da Proteção Civil acerca dos incêndios rurais;
- A disponibilização, por parte da Força Aérea, do seus meios aéreos.
Marcelo aplaude decisão do Governo
Esta decisão do Executivo liderado por Luís Montenegro "faz sentido", de acordo com o Presidente da República, que disse ainda, no sábado, que esta solução já "estava preparada" tendo em conta os incêndios que fustigaram, e vão continuando a fustigar, o Norte do país nos últimos dias.
Sobre um eventual pedido de ajuda externa, Marcelo Rebelo de Sousa entende que é necessário "esperar para ver" como evolui a situação ao longo dos próximos dias.
Proteja-se do calor
Para além dos incêndios florestais, é ainda essencial ter em consideração as temperaturas abrasadoras que se farão sentir e o impacto que as mesmas poderão ter na saúde. Motivada por essa preocupação, a Direção-Geral da Saúde emitiu um guia de recomendações a ter em conta nos dias vindouros:
- Beber água e evitar bebidas alcoólicas;
- Permanecer em locais frescos ou climatizados e com circulação de ar, pelo menos, durante duas a três horas por dia;
- Evitar a exposição solar direta entre as 11:00 e as 17:00;
- Utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30, renovando sempre de duas em duas horas;
- Vestir roupas claras, leves e largas, que cubram a generalidade do corpo e utilizar chapéu e óculos de sol com proteção ultravioleta;
- Evitar atividades no exterior que exijam esforço físico;
- Estar atento aos grupos mais vulneráveis (idosos, crianças, grávidas, etc.);
- Assegurar que as crianças com menos de seis meses não são sujeitas a exposição solar de forma direta ou indireta;
- Permanecer em contacto com idosos que vivam sozinhos;
- Estar ao corrente das condições climatéricas;
- Em caso de emergência contacte a linha SNS 24 (808 24 24 24) ou o 112.