Pelo menos quatro jornalistas palestinianos morreram esta segunda-feira num ataque israelita que atingiu o Hospital Nasser, um dos maiores hospitais da Faixa de Gaza, Palestina.

De acordo com informação avançada pela cadeia de televisão Al Jazeera, o ataque ao hospital foi levado a cabo por um drone suicida. A agência Reuters fala em 15 vítimas mortais, incluindo o repórter de imagem Hossam al-Masri que trabalhava para a Reuters, mas a Al Jazeera já avança que o número aumentou para 20 com base em informação do Ministério de Saúde palestiniano.

“O ataque das forças de ocupação [israelita] ao hospital e o homicídio de profissionais de saúde, jornalistas e membros da defesa civil são uma continuação da destruição sistemática do sistema de saúde e da continuação do genocídio. É uma mensagem de desafio ao mundo inteiro e a todos os valores de humanidade e justiça”, indicou o Ministério de Saúde palestiniano em comunicado.

As autoridades de Gaza confirmam também quatro jornalistas entre as vítimas mortais do ataque e dezenas de feridos.

"O número de jornalistas mártires sobe para 244 após o anúncio do martírio de quatro jornalistas no ataque ao Hospital Nasser”, lê-se em comunicado.

O Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza indica que as vítimas são Hossam Al-Masri (repórter de imagem da Reuters), Mohammed Salama (fotojornalista da Al Jazeera), Mariam Abu Daqa (jornalista que trabalha para vários meios, incluindo The Independent Arabic e Associated Press) e Moaz Abu Taha (jornalista da NBC network).

O fotógrafo Hatem Khaled, contratado pela Reuters, é um dos feridos do ataque tendo a agência apelado para que este tenha assistência médica urgente.

Entretanto, o exército de Israel já confirmou o ataque sem adiantar quais seriam o propósito ou alvos do mesmo.

Jornalistas a cobrir a guerra a partir de um hospital: Porquê?

Hind Khoudary, jornalista palestiniana a cobrir a partir de Deir el-Balah, Gaza, explica que estando a Palestina em guerra há dois anos, a eletricidade e internet são escassos. Por esse motivo, os jornalistas estão a usar a eletricidade e internet dos hospitais para conseguirem continuar o seu trabalho.

"É por isto que os jornalistas palestinianos estão a fazer dos hospitais a sua base e acabam por ser alvos ", esclarece a jornalista no liveblog da Al Jazeera .

A correspondente dá ainda conta que os jornalistas vítimas do ataque relataram recentemente casos de desnutrição e homicídios em locais de assistência humanitária.

"Estão ativos desde o primeiro dia. São todos jovens, na faixa dos 20 ou 30 anos, a correr de um lugar para outro, a cobrir o máximo possível. Como as autoridades israelitas não permitiram a entrada de jornalistas internacionais em Gaza, estes jornalistas têm sido os olhos e ouvidos, a fonte para milhões de pessoas que acompanham as notícias em toda a Faixa de Gaza", relata Khoudary no liveblog da Al Jazeera .