
O Presidente norte-americano, Donald Trump, recebeu na sexta-feira o homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca com uma exibição aérea de F-35 e F-22, e um sobrevoo do bombardeiro estratégico B-2, numa demonstração de força que não passou despercebida.
Após a chegada de Putin à Base Aérea de Elmendorf-Richardson, nos arredores de Anchorage, Trump saudou-o com palmas e um longo aperto de mão, e acompanhou-o através de uma longa passadeira vermelha junto de uma guarda de honra e que terminava num palanque ladeado por quatro caças F-22.
Enquanto o líder do Kremlin caminhava sorridente com Trump, não pôde evitar olhar para o céu ao ouvir o som de um bombardeiro B-2, o mesmo modelo usado em junho para atacar as centrais nucleares iranianas, escoltado por quatro caças F-35.
Trump ordenou ainda que o Ilyushin Il-96-300PU, que serve de avião presidencial russo, fosse escoltado à chegada ao Alasca por dois caças norte-americanos, um gesto invulgar, associado à exibição de aviões militares modernos que foram concebidos durante a Guerra Fria.
Após a troca de cumprimentos, sorrisos e comentários, os dois líderes embarcaram na limusina blindada de Trump, conhecida como "A Besta", apesar de vários aviões de transporte militar russos terem transportado numerosos equipamento nas horas e dias que antecederam a cimeira, incluindo os famosos veículos Aurus utilizados pela elite política de Moscovo.
A Base Aérea de Elmendorf-Richardson foi o local da cimeira Trump-Putin, mas é também um centro logístico e um centro de vigilância aérea e alerta antecipado em relação à Rússia.
Durante a Guerra Fria, desempenhou um papel central na dissuasão e monitorização das projeções da força militar soviética e, desde a queda da Cortina de Ferro, tem mantido um papel discreto e puramente militar.
Para os seus cerca de 32.000 habitantes, o equivalente a 10% da população total de Anchorage, foi um momento singular ao testemunhar a chegada e partida de vários aviões logísticos militares russos Il-76, delegações e jornalistas de Moscovo, e receber o líder do Kremlin.
O grande ausente no Alasca foi o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foi convidado para a cimeira e advertiu ao longo da semana que qualquer decisão tomada sem a participação da Ucrânia "nasce morta".