
O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou hoje que é "evidente que não haverá qualquer encontro" entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo russo, Vladimir Putin, num futuro imediato.
"É evidente que não haverá qualquer encontro entre o Presidente Zelensky e o Presidente Putin, ao contrário do que foi acordado entre o Presidente [norte-americano, Donald] Trump e o Presidente Putin", afirmou o líder alemão ao lado do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, por ocasião de um Conselho de Ministros franco-germânico que hoje arrancou em França.
Um possível encontro entre os dois beligerantes foi algo defendido por Trump, que se reuniu com Putin no Alasca e com Zelensky e vários líderes europeus na Casa Branca, em Washington.
Tanto Moscovo como Kiev têm-se acusado mutuamente de não quererem negociações e colocar um fim ao conflito, numa fase da guerra em que a Rússia prossegue os seus ataques a alvos civis em várias zonas da Ucrânia, incluindo na capital ucraniana, e controla cerca de 20% do território do país que invadiu em 2022.
Após as reuniões com Trump foi discutida a possibilidade de uma cimeira bilateral (Putin-Zelensky) e de uma trilateral que incluiria também o líder norte-americano.
Alguns países europeus, como a Áustria e a Suíça, ofereceram as suas capitais para receber os líderes e alguns meios de comunicação social norte-americanos e húngaros levantaram a possibilidade de Budapeste poder ser uma opção para estas negociações.
Desde então, Donald Trump admitiu que reunir Putin e Zelensky seria como juntar "azeite e vinagre" e admitiu que "preferia não estar presente" nas negociações.
Zelensky tem frisado por diversas vezes após os ataques russos que têm visado o território ucraniano que Moscovo tem demonstrado que não está disponível para o diálogo.
Hoje, na sequência de um ataque russo a Kiev que provocou pelo menos 19 mortos e quase 50 feridos, Zelensky sublinhou na rede social X que "até que a Rússia dê passos efetivos em direção à paz, a pressão sobre o país deve ser intensificada".
Estas declarações foram feitas após uma conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia não escondeu a indignação perante os ataques a Kiev e prometeu mais um pacote de sanções "para manter a pressão máxima sobre a Rússia".
Os ataques, que envolveram mísseis e drones, danificaram cerca de uma centena de edifícios na capital ucraniana, incluindo as instalações da embaixada da União Europeia (UE) e do British Council.