O Presidente brasileiro apoiou hoje a soberania do Canal do Panamá através da adesão do país ao Tratado de Neutralidade Permanente do Canal e criticou as "tentativas de restaurar antigas hegemonias" dos Estados Unidos.

"O Brasil apoia integralmente a soberania do Panamá sobre o canal conquistado após décadas de luta. Há mais de 25 anos o país administra o corredor marítimo com eficiência e respeito à neutralidade, garantindo o trânsito seguro a navios de todas as origens", disse Lula da Silva, numa declaração aos jornalistas ao lado do Presidente panamenho, José Raúl Mulino, em visita a Brasília.

Embora de forma velada, o chefe de Estado brasileiro ter-se-á referido às ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desde que assumiu o poder tem insinuado que o seu país vai recuperar o Canal do Panamá.

O Presidente brasileiro reforçou ainda que "o combate ao crime organizado não pode servir de pretexto para ameaças ilegais de uso de força e violação à Carta das Nações Unidas".

O Tratado de Neutralidade Permanente do Canal já foi assinado por mais de 40 países da América Latina, África e Ásia e foi fruto dos Tratados Torrijos-Carter, que em 1997 selaram a transferência do canal para o Panamá.

De acordo com o Tratado de Neutralidade, "o canal, enquanto via aquática de trânsito internacional, será permanentemente neutro" e permanecerá sob soberania panamenha.

No âmbito da visita de Mulino, foi também anunciada a próxima venda do Brasil ao Panamá de quatro aviões A-29 Super Tucano, para tarefas de patrulhamento e resposta a emergências e na luta contra o narcotráfico.