Marcelo Rebelo de Sousa entende que as medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios apresentadas pelo Governo são idênticas às que o PS adotou nos incêndios em 2017. O Presidente da República recusa comentar a polémica com a comunicação do Governo durante o período dos incêndios, mas diz que quem toma as decisões em cima da hora acaba por chegar tarde.

À margem da sua visita à Feira do Livro do Porto, esta sexta-feira, o chefe de Estado comentou as medidas anunciadas na quinta-feira por Luís Montenegro, dizendo que “são iguais ou parecidas” àquelas que foram tomadas pelo Executivo socialista em 2017:

“Naquela altura foi difícil tomá-las porque não havia base legal nenhuma. Agora já existe isso, já foi aplicado no ano passado em relação, sobretudo, aos danos materiais .

Marcelo referiu que Montenegro quer, agora, um pacto para prevenir a crise dos incêndios. Pacto esse que “já vem um bocadinho” do Governo do PS.

Reconheceu ainda que as autarquias apoiam essa medida, que será estabelecida entre “partidos e parceiros sociais e económicos”, de forma a “planear a prazo tudo o que diz respeito à floresta”.

Quem toma decisões “em cima da hora” muitas vezes “chega tarde”

O chefe de Estado aproveitou a ocasião para analisar a comunicação do Executivo durante a difícil fase que o país atravessa.

Marcelo Rebelo de Sousa disse quem toma decisões “em cima da hora”, muitas vezes, “chega tarde” ou “não percebe bem o alcance”.

Sobre a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que tem sido alvo de críticas, o Presidente reconheceu que “teve um desafio difícil” para quem está apenas há dois meses em funções.

“Pela primeira vez lidava com um fenómeno destes. Já era difícil noutros casos de ministros, que já tinham um ano ou dois anos de experiência, e, mesmo assim, tiveram dificuldades. P ara quem tinha dois meses de experiência é uma experiência completamente nova.”