
A transportadora alemã DHL informou esta sexta-feira que vai limitar temporariamente os envios de encomendas da Alemanha para os Estados Unidos devido às tarifas que entram em vigor a partir de 29 de agosto.
Em comunicado divulgado, o grupo indica que só poderá enviar para os Estados Unidos encomendas de particulares que possam ser declarados como "presente" e cujo conteúdo tenha um valor de até 100 dólares (cerca de 86 euros à taxa de câmbio atual).
As encomendas de particulares que excedam este valor só podem ser enviadas a partir de sábado para os Estados Unidos como envio rápido, que é mais caro, e o mesmo acontecerá com os pacotes de empresas a partir da próxima terça-feira.
Como a maioria dos pacotes enviados por particulares para os Estados Unidos tem um valor inferior a 100 dólares, os clientes particulares da DHL não serão muito afetados pelas novas tarifas nos Estados Unidos e em Porto Rico.
Os serviços postais austríacos Österreichische Post, os belgas bpost, os noruegueses Bring e os sueco-dinamarqueses Postnord também informaram que irão limitar os seus envios de encomendas devido às tarifas.
Até agora, os Estados Unidos não cobravam tarifas sobre importações de mercadorias com valor inferior a 800 dólares (690 euros), mas a partir de 29 de agosto aplicarão tarifas entre 80 e 200 dólares por cada artigo (69 e 172 euros).
Em 31 de julho, a Casa Branca tinha anunciado que o presidente Donald Trump iria revogar, através de uma ordem executiva, a isenção de impostos alfandegários para pequenas encomendas que entram nos Estados Unidos, mecanismo usado para evitar tarifas e no narcotráfico.
Trump justifica a medida
O governo norte-americano justificou esta medida, com efeitos a partir de 29 de agosto, com o crescimento desmesurado das remessas de encomendas postais, que, segundo os seus dados, passaram de 134 milhões de unidades em 2015 para mais de 1,36 mil milhões em 2024.
De acordo com Trump, o objetivo é "fechar uma brecha catastrófica utilizada, entre outras coisas, para evitar impostos alfandegários e enviar opióides sintéticos e outros produtos perigosos".
Em particular, estes pequenos pacotes representam 98% dos estupefacientes, 97% dos produtos contrafeitos e 70% dos produtos que ameaçam a saúde apreendidos em 2024, de acordo com a agência norte-americana de Proteção de Fronteiras (CBP).
Denominadas "de minimis", estas isenções permitiam anteriormente que mercadorias com um valor inferior a 800 dólares fossem enviadas por encomenda postal sem a necessidade de pagamento de uma sobretaxa à entrada do país.
Com LUSA