O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou a ocupação militar de toda a Faixa de Gaza sitiada, incluindo zonas onde estão a ser mantidos reféns pelo movimento islamita palestiniano Hamas, segundo vários meios de comunicação.

Fonte do gabinete de Netanyahu confirmou ao jornal The Jerusalem Post que o primeiro-ministro tomou a decisão de ocupar totalmente a Faixa de Gaza, incluindo operações em áreas onde há reféns.

O gabinete do primeiro-ministro transmitiu a mensagem ao chefe do Estado-Maior (do Exército, Eyal Zamir): Se isto não lhe convém, então demita-se, adianta a mesma fonte.

A informação sobre a ordem dada às Forças de Defesa de Israel (IDF) foi avançada também pelo canal i24 e pela EuroNews, na sequência da recusa do Hamas em depor as armas, mesmo depois de grande parte dos países árabes terem apelado a tal publicamente, e da divulgação pelo movimento palestiniano de vídeos de reféns israelitas em condições de saúde precárias.

Israel e o seu aliado norte-americano reagiram com indignação ao anúncio de vários países que pretendem reconhecer o Estado da Palestina, caso de França, Canadá e Reino Unido.

O Governo israelita aprovou hoje um plano para o desenvolvimento das comunidades no oeste do deserto do Negev, que, segundo o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, visa duplicar a população das localidades junto da Faixa de Gaza.

Vamos abrir e acolher Ofakim, Netivot, Meerhavim, Eshkol, Sahar Negev e Sdot Negev. Pretendemos desenvolver zonas industriais, promover centros de inovação e investigação e também estabelecer a primeira aldeia paralímpica deste tipo em Israel para atletas com deficiência, declarou Benjamin Netanyahu, durante a reunião do executivo que aprovou a medida, de acordo com um comunicado do seu gabinete.

Smotrich afirmou, por sua vez, que o projeto tem o potencial de duplicar a população nestas zonas do país e permitir a criação daquilo a que chama a zona perimetral da Faixa de Gaza.

O que se entende por zona perimetral é toda a área que rodeia a Faixa de Gaza até cerca de sete quilómetros da linha divisória entre Israel e o enclave palestiniano, que inclui numerosos kibutz (comunidades agrárias) e a cidade de Sderot, com cerca de 30 mil habitantes.

A região é também mais suscetível a disparos ocasionais de rockets por parte das milícias do enclave e foi a que mais sofreu com o ataque de 7 de outubro de 2023, quando homens armados liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas invadiram o território israelita e mataram cerca de 1200 pessoas.

A verdadeira vitória chegará quando os poucos inimigos que restam do outro lado da fronteira olharem para o lado israelita e disserem a si próprios: A região da terra que queríamos atingir e eliminar está a crescer, a florescer e a desenvolver-se, comentou Smotrich.

O plano do Governo visa alocar 1,8 milhões de shekels (cerca de 450 mil euros).