Um avião Canadair, envolvido no combate aos incêndios, teve de amarar de urgência em Melres, Gondomar. No momento, procedia a uma manobra de enchimento dos tanques no rio Douro. Não há feridos, e a tripulação já foi retirada da aeronave.

Ao Expresso, Pedro Araújo, oficial de serviço no comando da Proteção Civil, confirmou o incidente: “O avião, um Canadair, estava a fazer uma manobra de abastecimento quando teve de abortar e amarar”. A tripulação “foi retirada para a margem do rio Douro e a aeronave está inoperacional”, adiantou o oficial.

O regolfo do rio Douro, em Gondomar, onde desagua o rio Sousa, tem sido utilizado para abastecimento. Há muito movimento aéreo, de helicópteros e aviões anfíbios que aqui vêm buscar água, contou António Madureira, que vive junto à margem do Douro.

O rio Douro fica no sopé de várias serras que estão a ser fustigadas pelas chamas no norte do país. É ali que abastecem aviões e helicópteros envolvidos nos fogos de Penafiel, Arouca, Cinfães e Paredes.

Portugal só tem dois aviões pesados, que transportam cinco mil litros de água, mas neste momento conta apenas com um.

Está amarado na água e foi retirado das operações, concluiu Pedro Araújo.

Em cinco anos, este foi o terceiro acidente com aviões anfíbios. O primeiro ocorreu em 2020, no Gerês, e provocou a morte ao piloto do Canadair CL-215. Em 2022, um Air Tractor também se despenhou em Foz Côa, durante uma manobra de combate.

Portugal tem agora apenas três aviões bombardeiros disponíveis: um alugado pela Proteção Civil e dois aviões Canadair de Espanha, que estão a combater os incêndios que lavram no país ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

O mecanismo europeu ainda disponibiliza mais dois aviões, caso necessário. No total, a União Europeia tem disponíveis 22 aviões de combate a incêndios e quatro helicópteros estacionados em 10 Estados-membros, prontos a intervir em caso de necessidade.

No caso de Portugal, a frota de verão apoiada pela UE inclui dois aviões ligeiros.

"Coordenados e cofinanciados através do Mecanismo de Proteção Civil da UE, estes recursos ajudarão a atenuar os riscos e permitirão uma resposta mais rápida e mais sólida às crises. Estes recursos vêm juntar-se às capacidades nacionais", adianta a Comissão Europeia.