O teu dinheiro vale cada vez menos.

Em 2015, com 10 euros, conseguias comprar uma dúzia de ovos, carne para a semana, leite, arroz, fruta. Hoje, com os mesmos 10 euros, levas uma dúzia de ovos e um frango para um dia. Com sorte.

O dinheiro é o mesmo no papel, mas vale muito menos na prática. Estás mais pobre.

Esta perda de poder de compra deve-se à glutona inflação que não para de galopar desde a covid. A responsabilidade é das elites não eleitas, desde logo do Banco Central Europeu.

Como se não bastasse estarmos mais pobres, estamos também menos livres. Se o nosso dinheiro já estava controlado com políticas monetárias ou crises económicas decididas por castas globalistas, com cada movimento financeiro monitorizado, registado e até condicionado, dependendo de terceiros que rapinam a nossa autonomia receber ou enviar dinheiro, tudo vai piorar. A chegada da Identidade Digital e do Euro Digital vão agravar a perda dos nossos direitos, liberdades e garantias… inclusive o da utilização das notas e moedas.

Se agora levantar dinheiro ao balcão implica explicações, formulários e limites, imagina depois de outubro….

Mas há uma alternativa. A Bitcoin é uma inovação tecnológica e uma promessa de liberdade e resistência. A Bitcoin devolve algo um paraíso perdido: a soberania sobre o próprio dinheiro.

A Bitcoin é descentralizada — não depende de bancos ou governos. Ninguém pode congelar contas, impor taxas arbitrárias ou desvalorizar os teus fundos.

O exemplo da Venezuela ilustra a sua utilidade. Com a hiperinflação, transferências internacionais podem custar até 56% e demorar semanas. Bancos bloqueiam contas de clientes com IP estrangeiro, limitando a mobilidade financeira. Só que Bitcoin permite receber remessas de familiares em minutos, com taxas mínimas e sem depender de intermediários.

No Zimbabué, durante o regime de Mugabe, muitos cidadãos viram a sua moeda desvalorizar à bruta. Alguns recorreram a alternativas como a Bitcoin, para preservar economias e manter soberania em crise. Estes exemplos demonstram que se trata de um escudo de chumbo contra regimes autoritários e/ou má gestão económica.

Além disso, a Bitcoin é prática: qualquer pessoa com acesso à internet pode enviar e receber dinheiro mundialmente, seja um emigrante português a enviar remessas ou um pequeno comerciante a vender online sem depender de plataformas que bloqueiam contas arbitrariamente.

A sua segurança reside num protocolo transparente e auditado por todos, impossível de manipular e onde cada indivíduo é responsável pelos seus fundos.

As regras estão escritas no código, não em gabinetes de poder. Se um banco falhar, os clientes perdem. Se um Estado decidir desvalorizar a sua moeda, os cidadãos sofrem. Com a Bitcoin, a confiança deixa de estar em instituições falíveis (e até corruptas) e reside num um sistema descentralizado.

A rede é mantida por milhares de pessoas espalhadas pelo mundo, que validam transações com total escrutínio.

Claro que ainda há desafios de complexidade técnica ou rejeição institucional. Mas, num tempo em que tantas liberdades estão em risco, a Bitcoin oferece esperança. Não é apenas uma moeda digital: é um manifesto pelo poder popular, transparência e dignidade de cada pessoa em ser dona e senhora da sua própria vida. Como sempre deveria ter sido.

Ativista Política//Escreve à quarta-feira no SAPO

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