
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal (CUTS) reuniu com a administração da Transtejo a 11 de junho, para debater vários problemas que se têm colocado aos utentes da ligação fluvial Seixal – Cais do Sodré.
Na acta enviada esta quinta-feira ao Diário do Distrito, a CUTS explica que a presidente do Conselho de Administração da Transtejo, Alexandra Ferreira de Carvalho, «reiterou a disponibilidade da empresa para o diálogo construtivo e para o esclarecimento das preocupações manifestadas pela CUTS, e expressou preocupação com o elevado número de reclamações registadas (139 no mês de maio de 2025), bem como com a imagem pública da empresa».
No entanto, salientou que «várias notícias veiculadas pela comunicação social contêm informações incorretas ou descontextualizadas, que comprometem injustamente a reputação institucional».
Entre os principais constrangimentos expostos pela CUTS que são sentidos pelos utentes, estão as frequentes supressões de carreiras; o desvio de embarcações para suprir falhas noutras ligações; intervalos excessivos entre carreiras, que chegam a atingir os 50 a 60 minutos em horas de ponta; e a insuficiência de ligações fora desses períodos.
Perante os problemas expostos, «a administração da empresa reconheceu que a ligação Seixal tem sido particularmente prejudicada no contexto global do serviço e que a oferta atual é manifestamente insuficiente.
Foi assumido o compromisso de rever os horários nas horas de ponta, logo que a frota elétrica esteja plenamente operacional.»
A administração da empresa admitiu também que «os horários revistos em maio de 2025 não estão a ser cumpridos, mantendo-se supressões significativas no período da manhã (7h-9h) e ao final do dia (17h-19h)».
A CUTS frisou também «a descriminação a que são sujeitos os utentes da ligação do Seixal, «devido à inexistência de margem operacional na frota, pela imobilização de navios elétricos por avarias de software, que tem conduzido à realocação de embarcações do Seixal para o Montijo, sempre que ocorrem avarias nesta última linha».
A administração fundamentou esta decisão com o facto de os utentes do Montijo não disporem de alternativa de transporte, o que a CUTS contrapôs, considerando que «os utentes do Seixal também não possuem alternativa viável, sublinhando a atual sobrelotação da linha ferroviária da Fertagus, que transporta passageiros em condições comparáveis a ‘sardinha em lata’».