«A Casa Sem Telhado» é a mais recente obra de Joel Lira, autor reconhecido no panorama da literatura nacional, e a 17.ª obra do escritor, poeta e dramaturgo amorense.

O lançamento vai ter lugar este sábado, dia 16 de Agosto, com um espectáculo de entrada livre na Sociedade Filarmónica Operária Amorense, a partir das 15h00.

Com um cartaz extenso, que reúne vários artistas musicais e teatrais, apresentado por Álvaro Antunes, conhecida voz da rádio, as actuações vão estar a cargo de Isabel C. Marques, cantora lírica, Ana Tarosyan, cançonetista da Arménia, Leonor Cunha, membro da Universautista, e ainda um sketch «Charlie Chaplin», com Joel Lira, Rute Lopes e Maria Rocha,

A mesa de honra será composta pelo autor, Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, Nelson Ramos, presidente da Junta de Freguesia de Amora, Carolina André, dramaturga, Alexandrina Pereira, poeta e Carmen Martins Ezequiel, escritora.

Sinopse d’ «A Casa Sem Telhado»: «Ouve-se dizer, em todos os idiomas do mundo, que ‘Depois da Tempestade, vem a Bonança’, e ‘Casa que não seja ralhada, não é governada’.

É o que acontece nesta novela: «A Casa Sem Telhado», onde o mistério, o romance e os destemperos da vida contribuem, direta ou indiretamente, para se perceber que nem tudo o que parece é, quando ‘o hábito não faz o monge’.

Uma jovem menina, filha de gente honrada e humilde, percebeu que o seu tempo de criança estava a mudar, quando enfrentou certas dificuldades, nomeadamente ao verificar que o seu corpo estava diferente e não saber como resolver determinados assuntos respeitantes ao desenvolvimento natural da vida.

Filha única, enquanto adolescente, viveu sob o mesmo teto com os seus pais e avós maternos. Frequentou a escola primária, ingressando, mais tarde, no liceu.

Para preparar melhor o seu futuro e ajudar a família presente, resolveu partir para a Áustria, uma vez que, no seu País, nada mais tinha a fazer.

Quando a vida lhe parecia sorrir, começou por assistir, à distância, ao desmembramento da sua família. Sem perder as forças da vida, deixou na Áustria parte dos sonhos, que já tinha construído, e tomou uma atitude verdadeiramente heroica.

Já casada, voltou ao seu País para enfrentar as adversidades, mas estaria preparada? Em casa onde nasceu, ficou perplexa com o que viu!

Foram alguns anos de ausência e, com eles, entretanto, muitas coisas aconteceram.

Perdeu os avós, tios, depois, os pais.

Quando olhou para trás e nada viu, pensou que para a frente não havia mais nada para fazer… Enganou-se. O destino tinha, para ela, outros planos! Que planos!»

Autor, encenador, músico, político, emigrante e autodidacta, este é Joel Lira

Joel Arsénio Baptista Lira é natural de Amora, no concelho do Seixal, onde nasceu pelo meio-dia de 19 de julho de 1946, dia de São Arsénio, na ‘Correnteza dos Ferros’, o lado norte da actual Marginal Silva Gomes.

Filho de pais humildes, mas com ligações à música e cultura amorense, desde cedo as artes entraram na sua vida, com a participação na banda da Sociedade Filarmónica Operária Amorense, e mais tarde, com uns treinos no piano da sala do Bar no Muxito, onde trabalhou na bilheteira da Piscina.

Outros empregos passaram por uma loja de roupa, a Siderurgia Nacional, a Century Fox Film Corporation e a Filmes Castello Lopes.

Cumpriu o serviço militar entre 1966 e 1968, e já casado (a 13 de Setembro de 1967, do qual nasceram duas filhas) foi mobilizado para a Guiné, no Navio Uíje.

Após o 25 de Abril de 1974, embarca em nova aventura, ao serviço da empresa Bos & Kalis, Corporation, situada na Holanda, para ir trabalhar para Hassi R’mel, no Deserto do Saara, em Laghouat, na Argélia.

De regresso a Portugal em 1983, voltou ao campo das letras, entre os negócios e empregos, até à altura da reforma, passando pelo movimento associativo, mais recentemente como presidente da Assembleia Geral da Associação Universautista, mas também em movimentos independentes na angariação de bens para S. Tome e Príncipe e Ucrânia.

Joel Lira tem também sido uma voz activa na defesa da ‘sua terra’, e por isso integrou a vida política, eleito duas vezes como deputado municipal pelo PS nas das Assembleias das Freguesias de Amora e de Arrentela.

Mas mesmo fora da vida política, nunca deixou de fazer-se ouvir quando o assunto é ‘a Amora’, e algumas dessas lutas ficaram até na História do concelho, como a reivindicação por ‘Placas de Identificação’ nas áreas administrativas da freguesia.

Poeta, escritor, encenador, actor, músico, recebeu vários prémios literários e menções honrosas, o diploma de correspondente pela Academia de Letras de Poços de Caldas – Brasil.

Editou sete livros de poesia: ‘O Despertar para a Vida’, o seu primeiro livro que foi a prelo, em 1976, e que viria a ser reeditado em 2006 como ‘O Despertar para a Vida nr. 2’, ‘Sombras do meu Sentir’, ‘O Fogo das Palavras’, ‘Poesia ao Vento’, ‘Um Mundo Sem Fim’, ‘Açores: Meus Segredos, Meus Amores’, e em 2024 apresentou o seu 16.º livro, ‘Poemas com Lira’.

Editou também ‘Memórias em (Um pouco (do muito) de mim)’, obra biográfica onde conta as suas aventuras e desventuras ao longo da sua infância na Amora, como criança e como desportista.

No teatro, onde não teme também pisar o palco em alguns papéis por si escritos, foi autor das peças ‘A Partida’, ‘O Computa(dor)’, ‘O Baú Misterioso’, ‘As Velhas Rabugentas’, ‘O Visconde de Alcagoitas’, ‘Eu, Doida?!’, ‘A Pedra Brilhante’, ‘A Escolha’, ‘Sem Abrigo’, ‘A Senhora dos Papéis’, ‘Fernando no Martinho’ e ‘O Testamento’.