
São Pedro do Corval, no concelho de Reguengos de Monsaraz, recebe a 29ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro, até ao próximo domingo.
Numa organização conjunta entre os municípios de Reguengos de Monsaraz e de Salvatierra de los Barros, em Espanha, o certame junta 48 olarias e ceramistas de Portugal e de Espanha, sendo que a freguesia reguenguense tem presentes 16.
Para Marta Prates, presidente da autarquia, em declarações aos jornalistas, esta é a «grande festa» da «valorização da Olaria e do Barro», mas também a «grande afirmação daquilo que é uma arte secular».
«Isto é a celebração daquilo que é a identidade de São Pedro do Corval, onde a olaria é um fator económico muito importante para a economia local», acrescentou, enfatizando ainda que «não é só fator económico que interessa».
Uma festa «muito completa» que junta a arte com a música tradicional portuguesa e espanhola, mas também a gastronomia e a componente de palestras: «Combina outras coisas, como qualquer festa portuguesa ou espanhola».
A autarca realçou que a olaria e a cerâmica têm «cada vez mais importância» para os corvalenses e para o concelho e confessou que fica muito agradada com a «muito maior afluência» de produtores locais, face à edição de 2023.
«Esta festa é deles e é para eles, para mostrar aquilo que é a sua arte», adicionou a autarca, dizendo ainda que «é uma edição ganhadora já», uma vez que «as artes seculares jamais podem ficar em causa e jamais se podem perder no tempo».
Marta Prates vincou também o facto de haver jovens interessados em continuar com esta arte e a «seguir as pisadas das suas famílias»: «O que há de mais extraordinário do que uma arte que é continuada pelos mais novos?».
Assim, com os olhos postos no futuro, «a arte oleira em São Pedro do Corval não está em perigo», mesmo que as pessoas tenham saído da pandemia «diferentes e com menos vontade». Mesmo assim, «já ultrapassámos essa fase».
«Agora é importante olhar para o presente e para o futuro», com cerca de meia dúzia de jovens a trabalhar nas cerca de 20 oficinas na freguesia. Porém, a autarca destacou que, «mais importante do que o número, que é importante obviamente, é ficarmos com a perceção de que há jovens a querer aprender esta arte».
«Cada vez que olhamos para as artes mais antigas, parece que os jovens não se interessam. Nós estamos em contraciclo», referiu, sublinhando ainda que «normalmente as famílias olheiras é que acabam por incentivar os mais novos a seguir as suas pisadas».
Desta forma, a presidente frisou que «ficamos com a quase certeza de que efetivamente vamos ter a olaria em São Pedro do Corval por muitos e largos anos».
De seguida, fique com as imagens da abertura da Festa Ibérica da Olaria e do Barro.