Os presentes debateram a ligação do Parque La Salette ao centro da cidade, a vontade de aumentar a dimensão das festas, as tradições, o cartaz deste ano, associações, a parte religiosa da festa e ainda a dificuldade de atrair as gerações mais jovens para

Uma festa sobretudo religiosa. “A parte religiosa é a principal das Festas de La Salette, como a Procissão das Velas e do Triunfo. Estamos contentes com o que está a acontecer. As festas são grandiosas, portanto há muita, ou tem tido, adesão, tem-se feito coisas importantes aqui. Acho que que estamos bem com as festas”.
MANUEL PEIXOTO, presidente da ‘Associação de Festas de La Salette’


Uma nova centralidade. “Estamos num sítio icónico, o parque de La Salette. A centralidade destas festas é a parte religiosa, não nos podemos esquecer que este monte, onde foi construída uma pequena capela há mais de 100 anos por causa de um milagre que aconteceu. E foi isso que deu a dinâmica necessária para um grupo de oliveirenses criar este parque, construir a primeira capela, construir a segunda capela e, portanto, a centralidade, e nós não nos devemos desfocar disso, a grande centralidade das Festas de La Salette é a parte religiosa”.
Rui Luzes Cabral, vice-presidente CM oliveira de Azeméis

Ponto de encontro. “Agregou-se uma grande festa da comunidade oliveirense, das famílias, das pessoas que nos visitam, dos imigrantes que têm saudade da nossa terra e que regressam. E, portanto, isso foi sempre feito com um grande carinho e uma união de esforços e aqui da comunidade oliveirense. E é assim que se deve manter, obviamente, que as festas devem ser, ou devem surgir, desta necessidade da comunidade de se unir numa associação de festas, numa comissão, naquilo que, em qualquer momento histórico lhe queiramos chamar, juntos com a comunidade religiosa, fazermos a festa. A Câmara Municipal, obviamente, é um parceiro fundamental porque financia também as festas para que exista esta dinâmica mais comercial e mais lúdica das Festas de La Salette, a questão da manutenção do parque juntamente com a união de freguesias”.
Rui Luzes Cabral, vice-presidente CM oliveira de Azeméis

A festa que marcava a agenda
“Aproveito para fazer um apelo para que volte a essa época [em que La Salette tinha uma importância maior na Beira Litoral], porque era nesta época que os imigrantes e a população marcavam férias para ter um encontro de família, de convívio, das merendas, dos jantares, do convívio, que por vezes encontravam-se uma vez por ano. Era a única oportunidade, fossem imigrantes ou migrantes, fossem o que fossem, vinham cá todos. Enão é por acaso que depois, na segunda-feira, temos as merendas, não havia um espaço para as pessoas fazerem a sua merenda. Eram importantes estas festas de convívio. Agora, muitas pessoas vão para férias, não ligam a este período das festas”.
Nelson Castro, vice-presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis

Evolução não deverá mudar raízes. “Há sempre vozes críticas. Isso é normal e também não há mal nisso. Agora, o que é que nós podemos fazer no futuro? Acho que o cariz religioso é o centro e sair disso é, obviamente desvirtuar aquilo que é a essência da das Festas de La Salette. Há aqui dois eventos fundamentais que são as procissões, que são monumentais, são grandes momentos das festas, e depois no próximo domingo. Valorizar isso de uma forma e diferente não estou a ver. Portanto, porque o digamos uma procissão por si só é uma procissão. Portanto não vejo grandes alterações".
MANUEL ALBERTO, presidente da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madaíl

Feita pela comunidade. “Acho que, acima de tudo, isto se prende com uma questão simples, que é o sentimento de pertença, que não é fácil de manter nos dias que correm. Quando digo que não é fácil, tocando na parte lúdica, porque acho que a parte religiosa é mais do que documentada em diferentes sítios. As Festas de La Salette são, ou eram, mas continuo a dizer, como oliveirense, que são uma das mais importantes romarias da beira litoral. Isso deve-se, naturalmente, àquilo que é a parte religiosa e à devoção a Nossa Senhora de La Salette, da promessa e da vontade popular que se juntou aqui este parque todo, um resultado do povo oliveirense, seja nativo, ou adotado, passando a expressão. Portanto, o movimento associativo popular claramente está intimamente ligado a isto”.
FRANCISCO SILVA, presidente da FAMOA