
O vice-presidente da bancada socialista, António Mendonça Mendes, afirmou que houve uma “manipulação grosseira das tabelas de retenção” com efeitos imediatos nos salários de agosto e setembro, mas que se revelarão ilusórios já a partir de outubro.
Segundo o deputado, antes das eleições de 12 de outubro, o Governo terá dado um aumento artificial do rendimento disponível, mas a medida será “pífia” quando os contribuintes perceberem que os seus salários regressam aos valores anteriores e que, em abril, muitos acabarão por pagar IRS.
“Os portugueses não podem ser enganados”, sublinhou Mendonça Mendes, frisando que a redução aplicada em dois meses não corresponde à descida de impostos aprovada pelo Parlamento. O socialista deixou ainda um aviso: quem contar com reembolsos no próximo ano pode acabar a pagar imposto em vez de receber dinheiro de volta.
O dirigente do PS reforçou que o Executivo “colocou dinheiro no bolso dos portugueses apenas para conquistar votos”, defendendo que a medida não passa de um truque eleitoral.
Mendonça Mendes recordou também declarações recentes do ministro da Economia, Castro Almeida, que garantiu acreditar que os portugueses continuarão a votar no PSD se tiverem “mais dinheiro no bolso”. Para o socialista, esta frase confirma a estratégia governamental: “O dinheiro que põem agora será retirado dentro de poucos meses”.