
O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, visitou esta semana o concelho de Sernancelhe para avaliar os trabalhos de retenção de cinzas resultantes dos incêndios florestais, aprovando as soluções já implementadas no terreno.
O Rio Távora, fundamental para o abastecimento de água a milhares de habitantes de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Tabuaço, foi o foco da intervenção. Para prevenir a contaminação da água após as primeiras chuvas, foram criados dois pontos estratégicos de retenção de cinzas na freguesia da Vila da Ponte: um no açude do Beira Rio e outro no local onde a Ribeira do Medreiro desagua no Távora.
Segundo os técnicos da APA, estes pontos são cruciais por receberem as águas provenientes das zonas mais afetadas pelos incêndios, nomeadamente as encostas do Granjal e a vila de Sernancelhe, de onde se estima que chegue uma grande quantidade de cinzas.
As soluções, baseadas em sistemas naturais de decantação, permitem a deposição das cinzas antes que estas atinjam o curso principal do rio. O modelo será replicado em outras ribeiras, como as de Ferreirim, Arados e A-de-Barros, garantindo assim a qualidade da água que abastece a Barragem do Vilar.
Pimenta Machado destacou a urgência destas medidas, referindo tratar-se de filtros naturais que reduzem os efeitos das cinzas pós-incêndios, e elogiou a atuação célere e eficaz do município de Sernancelhe, liderado por Carlos Santos, na mobilização de meios técnicos e operacionais.
À margem da visita, o presidente da APA reuniu ainda em Freixinho com autarcas de Aguiar da Beira, Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tabuaço e Trancoso, assegurando disponibilidade para apoiar a implementação de soluções imediatas que minimizem os impactos ambientais e hídricos dos incêndios florestais.