Os comportamentos adotados em áreas rurais desempenham um papel fundamental na prevenção e no combate aos incêndios. A conscientização e a responsabilidade das pessoas que vivem e trabalham nesses locais podem reduzir significativamente os riscos de ignições acidentais, além de facilitar ações rápidas e eficazes em caso de emergência.

Um dos temas incontornáveis nesta época do ano é o dos incêndios em espaço rural. Infelizmente, as condições atmosféricas têm permitido e potenciado, no fundo, muitas situações. Temperaturas muito altas, ventos constantes com alguma intensidade em certos dias durante o dia todo, têm contribuído para a propagação dos incêndios. Temos tido sempre uma humidade relativa muito baixa e temperaturas, como todos sentimos, extremamente elevadas. A partir daí, todas as situações podem correr mal, e há relatos de trabalhos agrícolas em que, não tendo o devido cuidado, algo corre mal e dá início a uma ignição.

Tem havido também ignições à beira de estrada. Felizmente, na nossa região, quase todos esses focos têm sido extintos numa fase inicial. No entanto, também há situações em que resultaram em centenas de hectares de área ardida. Todo o cuidado é pouco nesta época do ano, e só deve estar no campo quem realmente precisa de o fazer.

Por vezes, mesmo sem querer e com as melhores intenções, podemos provocar uma situação dessas. Todos os agricultores devem estar cientes do risco que correm e do que pode acontecer ao realizarem determinadas atividades. Às vezes, é preferível esperar e fazer essas tarefas noutra época. Há coisas que já não se justificam fazer; é tempo de arrumar as gadanheiras e os destroçadores.

Por outro lado, as grades de discos podem ser uma grande ajuda em caso de incêndio, mas penso que será sempre preferível que essa intervenção seja conduzida pelas forças de proteção civil, bombeiros ou GNR, ou por alguém devidamente habilitado para orientar esse trabalho e essa ajuda. Muitas vezes, queremos ajudar, mas acabamos por atrapalhar.

Peço a todos os que estão no campo ou nas áreas agrícolas e florestais que também sirvam de vigilantes. Todos nós temos essa responsabilidade. É importante estarmos sempre munidos de um telemóvel e, ao primeiro sinal, avisar imediatamente os meios de socorro.