O Movimento Meco Livre, um grupo cívico que pretende lutar contra a construção de grandes empreendimentos na Azoia e no Meco, lançou uma petição contra a destruição de pinhal para construção de quatro mega-empreendimentos turísticos naquela zona.

A petição «SOS Meco: Não aos mega projetos! Sim à Natureza! Sim ao Meco livre!» já reuniu cerca de três mil e quatrocentas assinaturas, e alerta para a possível «destruição de centenas de hectares de pinhal para construir quatro resorts de luxo».

No documento, o Movimento refere que «está em marcha um dos maiores atentados ambientais já vistos na região de Sesimbra.

Quatro empreendimentos turísticos de grande escala – Etosoto, Idiluz, Pinhal da Prata e Pinhal do Atlântico – ameaçam descaracterizar irreversivelmente as aldeias do Meco e da Azóia, destruindo a sua identidade histórica, ambiental e cultural.»

Os signatários alertam para a pressão urbanística «sem precedentes numa aldeia que em 2011 tinha menos de 500 habitantes, irá esmagar por completo a autenticidade e tranquilidade destas pequenas comunidades», explicando que os quatro projectos preveem a criação de mais de 3.000 camas turísticas, distribuídas numa área total equivalente a aproximadamente 50 campos de futebol.

Outro alerta é dirigido ao facto de que «um dos empreendimentos se localiza no interior do Parque Natural da Arrábida – área protegida de reconhecido valor ecológico e paisagístico – e que todos os projetos se inserem na Zona Especial de Conservação (ZEC) Arrábida-Espichel, integrada na Rede Natura 2000, cujos objetivos são, precisamente, a salvaguarda de habitats e espécies em risco».

O Movimento Meco Livre avança ainda que estes projectos «têm avançado sem a realização de uma Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) cumulativa, instrumento legalmente exigível nos termos do Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, quando estão em causa intervenções múltiplas e contíguas com potenciais impactos sinérgicos e acumulados sobre o meio ambiente».

Como riscos desta «urbanização descontrolada» enumeram a «destruição irreversível de ecossistemas sensíveis e habitats prioritários; aumento de pressão sobre recursos hídricos e energéticos; contaminação de solos e aquíferos, com repercussões diretas na zona costeira e na atividade piscatória local; comprometimento da identidade rural e paisagística do território e a conversão de uma zona de elevado valor ecológico num destino de turismo massificado, com impacto social e ambiental duradouro».

Com esta petição, o Movimento Meco Livre exige «a suspensão imediata de todos os processos de licenciamento associados aos referidos empreendimentos; a realização de uma Avaliação de Impacte Ambiental cumulativa, abrangente e transparente, com consulta pública efetiva; o reforço da fiscalização ambiental e urbanística nas áreas protegidas do concelho de Sesimbra e a definição de uma estratégia de ordenamento do território que promova a valorização dos recursos locais e a proteção ativa da Rede Natura 2000».