
A declaração surge numa altura em que nove ocorrências mobilizam mais de 3.200 operacionais, 1.100 veículos e 13 meios aéreos, segundo dados atualizados da Proteção Civil. Entre os fogos ativos, o incêndio no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, mantém-se como um dos mais críticos, com uma frente de 10 quilómetros.
Segundo o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, até às 12h30 deste domingo já tinham sido registadas 28 ignições, sendo que 22 começaram durante a madrugada. Além das nove situações mais preocupantes, outros 28 fogos permanecem em fase de resolução ou vigilância, envolvendo 703 bombeiros e 12 meios aéreos.
Os incêndios mais relevantes concentram-se em Trancoso, Vila Boa (Sátão), Piódão, Candal, Pêra do Moço, Poiares, Aldeia de Santo António e Sortelha (Sabugal) e Vilarinho (Tarouca). No terreno, os fogos de Trancoso e Sátão chegaram a unir-se, alastrando-se a 11 concelhos de dois distritos.
O incêndio em Arganil, que já dura há cinco dias, mantém uma frente ativa entre Porto Castanheiro e Relvas, enquanto em Vila Nova de Foz Côa, a falta de visibilidade impede o apoio dos aviões no fogo vindo de Sátão e Trancoso.
Portugal continental atravessa semanas de calor intenso, o que levou à declaração de estado de alerta até este domingo. Desde julho, os fogos têm provocado destruição de habitações, explorações agrícolas e milhares de hectares de floresta, além de um morto e vários feridos.
Segundo dados oficiais, até 16 de agosto arderam já 139 mil hectares em todo o país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Metade dessa área foi consumida em apenas dois dias da última semana. Para reforçar o combate, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, prevendo-se a chegada de dois aviões Fire Boss já na segunda-feira.
No ponto de situação realizado em Carnaxide, o comandante nacional deixou ainda um apelo: os cidadãos devem evitar estacionar veículos em zonas de incêndio, para não comprometer a circulação dos meios de socorro. Sobre o SIRESP, Mário Silvestre admitiu falhas pontuais, mas garantiu não haver anomalias significativas no sistema.