A estimativa foi avançada pelo secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, que admitiu que os grandes fogos deste verão, de elevada duração e intensidade, justificam este acréscimo. Em 2024, o montante fixou-se nos 14 milhões de euros.

O governante reuniu-se em Trancoso com autarcas e responsáveis das duas corporações locais, num encontro que contou ainda com a presença do presidente da ANEPC, José Manuel Moura, do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, e do líder da Federação Distrital, Paulo Amaral.

Para acelerar o apoio financeiro, foi criada uma “via verde” de ressarcimento através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, permitindo adiantamentos de até 50 mil euros para combustível e alimentação, mesmo sem despesas documentadas. O limite para reparações de viaturas foi igualmente aumentado de 10 mil para 20 mil euros.

Rui Rocha sublinhou que muitas associações, sendo entidades privadas com funções públicas, ficam repentinamente com encargos que chegam aos 100 mil euros, valores impossíveis de suportar sem auxílio imediato.

O Conselho de Ministros aprovou ainda uma majoração de 25% na retribuição dos bombeiros e elementos dos postos de comando que combateram os grandes incêndios entre 26 de julho e 27 de agosto, medida extensível aos 15 dias seguintes.

“É uma forma de reconhecer o empenho e dedicação dos bombeiros, que foram inexcedíveis no combate às chamas”, destacou o secretário de Estado.

Apesar da gravidade dos fogos deste verão, Rui Rocha lembrou que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) decorre até outubro, sendo ainda cedo para balanços finais. Contudo, garantiu que o Governo recolhe contributos junto das corporações para reforçar a resposta.

Atualmente, o dispositivo apresenta uma taxa de sucesso de 93% no ataque inicial, o que, segundo o governante, reforça a importância de apostar nos primeiros 90 minutos de combate, de modo a evitar incêndios de grandes dimensões.