
Em plena 86.ª Volta a Portugal em Bicicleta, a estrada viveu um momento de inesperada humanidade que emocionou atletas e espetadores. Enquanto o sol castigava o asfalto e as temperaturas subiam a níveis abrasadores, uma idosa empunhou uma mangueira e ofereceu água fresca aos ciclistas, equipas de apoio e até aos batedores da GNR que acompanhavam a caravana.
A edição deste ano, que decorre entre 6 e 17 de agosto, percorre 1 581 quilómetros ao longo de dez etapas e um prólogo, atravessando terrenos exigentes que testam ao limite a resistência dos atletas. O calor tem sido um adversário constante, com corredores a relatarem desgaste físico extremo. “A etapa foi muito dura devido ao calor, cheguei morto”, confessou um dos ciclistas após a terceira etapa, entre Boticas e Bragança.
Além das equipas e do pelotão, a GNR mantém um forte dispositivo de segurança em todo o percurso, garantindo não só a proteção dos corredores e espetadores, mas também a fluidez do tráfego em dezenas de distritos. Foi precisamente esse aparato que, por instantes, abrandou o ritmo para receber a água fresca desta espetadora anónima — um gesto simples que, no calor do momento, se transformou em símbolo de solidariedade.