
O centro histórico de Mértola acolhe, entre os dias 22 e 25 de maio, a 13.ª edição do Festival Islâmico, evento que, segundo o presidente da Câmara Municipal, Mário Tomé, «é claramente o nosso maior evento cultural» e assume-se como uma afirmação da identidade multicultural da vila alentejana.
Em declarações ao jornal ODigital.pt, Mário Tomé frisou que o festival «faz-nos transportar para uma realidade muito para além daquela que é Mértola no dia a dia» e que «coloca-nos nas bocas do país e do mundo». O autarca destacou o papel do certame na valorização do território, sublinhando que «mais do que um evento cultural, o Festival Islâmico é uma afirmação de Mértola como um sítio que sabe acolher religiões, pessoas, conceitos e ideias».
Com uma programação que inclui concertos, oficinas, conferências, visitas guiadas, experiências gastronómicas e o emblemático souk – mercado árabe instalado nas ruas do centro histórico –, o festival transforma Mértola num ponto de encontro de culturas, onde, nas palavras de Mário Tomé, se celebra «o diálogo, a tolerância e a cidadania intercultural».
«O Festival Islâmico promove a nossa história, a nossa cultura, os nossos vestígios islâmicos. Promove essas marcas de cada uma das nossas ruas e faz jus a tudo o que Mértola representou ao longo da sua história: um lugar de convivência de povos e prosperidade», afirmou.
Sobre a evolução do festival, o presidente da autarquia referiu que, após uma experiência anterior no Arrabalde, a conjugação com o centro histórico trouxe «uma dimensão fantástica» ao evento. «Das coisas mais bonitas no Festival Islâmico é as pessoas perderem-se pelas ruelas de Mértola e, em cada um desses pontos, encontrar uma oficina de cante, uma oficina artesanal, uma cozinha nossa ou de outra dimensão cultural», acrescentou.
Este ano, o festival celebra também os seus 25 anos de existência. Para Mário Tomé, «a extensão do souk e a forma como nos organizámos este ano é a nossa maior diferença». Ainda assim, fez questão de sublinhar que a estratégia do município não se esgota na dinamização cultural: «Mértola não se resume naturalmente a estes eventos. Eles ajudam na promoção e valorização, mas são muito mais do que isso. Temos sabido desenvolver projetos estruturantes para o território».
Entre esses projetos, destacou a entrada em funcionamento da Casa de Chá de Mértola e a inauguração, no final do mês, do Largo de São Miguel do Pinheiro, investimento de sete milhões de euros que irá incluir uma estrutura residencial para 63 pessoas idosas. «Trata-se de uma intervenção que implica uma alteração total na zona sul do concelho, com impacto na empregabilidade e no acolhimento à população mais envelhecida», referiu.
Questionado sobre as expectativas para esta edição do festival, Mário Tomé não hesitou: «Temos muitos anos disto. Quando à quinta-feira já sentimos Mértola a fervilhar, sabemos que estamos perante um grande Festival Islâmico. Acreditamos que este será o maior de todos. E que 2027 será, a seguir, o maior de todos».