O Festival do Bacalhau 2025 chegou ao fim no domingo passado, após cinco dias de festa, no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, deixando um sentimento de missão cumprida, enquanto evento promotor da cultura gastronómica local. As expetativas foram superadas quanto a adesão do público, com as estimativas a apontarem para uma afluência de 190 mil visitantes, durante todo o festival.

O número total de refeições servidas ainda está a ser apurado, mas pelo feedback da generalidade das associações, estima-se que tenham sido, largamente, superadas as 23 mil refeições servidas no ano passado.

Para a realização deste evento, estiveram envolvidos cerca de 100 colaboradores da Câmara Municipal de Ílhavo (nas diferentes fases de montagens, preparativos, desmontagens e trabalho durante o festival) e cerca de 600 voluntários, entre organização e associações participantes, o que reflete o importante papel da comunidade na realização daquele que é o maior evento do Município de Ílhavo.

O Pavilhão Âncora, onde se realizaram 15 showcookings e onde decorreu a mostra de artesanato, recebeu a visita de 35196 pessoas. A mostra de artesanato acolheu 30 artesãos e nove associações do Município de Ílhavo (incluindo a Alheta – Associação de Artesãos do Concelho de Ílhavo), que apresentaram oito peças ao Concurso de Artesanato. A peça vencedora foi “O Fiel Amigo em Mesa de Casa Portuguesa”, de Fernando Filipe. O segundo lugar foi atribuído ao ‘”O Bacalhau Pescador”, de Maria Cláudia Conde e, o prémio de terceiro lugar foi entregue a Amorosa Ferreira, que construiu um livro de receitas de bacalhau pintado à mão.

O Navio-Museu Santo André, atracado no Jardim Oudinot, recebeu 5176 visitantes, um número bastante satisfatório comparando com edições anteriores. Durante o festival realizaram-se visitas especiais com ex-tripulantes, nas quais participaram 62 pessoas.

No “Forte das Brincadeiras”, espaço dedicado aos mais novos, realizaram-se diversas oficinas, jogos e brincadeiras, que desafiaram a criatividade das crianças. No total, terão participado nas oficinas 1350 crianças, para além das muitas crianças e famílias que todos os dias frequentaram este espaço privilegiado para jogos, brincadeiras e convívio.

A “Corrida Mais Louca da Ria”, que se realizou a 16 de agosto, no esteiro do Jardim Oudinot, registou uma participação recorde de 27 embarcações, manobradas por 22 associações e cinco empresas. Entre as associações, na categoria “demonstração” venceu o Agrupamento de Escuteiros 588 da Gafanha da Nazaré e a Associação Amigos da Praia da Barra, nas subcategorias “construção” e “transformação”, respetivamente. A Associação Amigos da Praia da Barra foi, também, a vencedora na competição de “corrida”, em ambas as subcategorias de “construção” e “transformação”.

O Grupo de Jovens “A Tulha” ganhou na categoria melhor técnica de navegação; a Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha foi considerada a embarcação mais bem-disposta; o Agrupamento de Escuteiros 588 da Gafanha da Nazaré foi a equipa mais jovem em prova; a melhor claque pertence à equipa do Agrupamento de Escuteiros 1024 da Gafanha da Encarnação e foram atribuídos três prémios às melhores equipas femininas: Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo, Centro Cultural e Recreativo da Gafanha da Boavista e Agrupamento de Escuteiros 588 da Gafanha da Nazaré.

Entre as empresas, na categoria “demonstração” e subcategoria “construção” venceu a embarcação da Grupeixe, S.A., enquanto que na subcategoria “transformação” destacou-se a My Way. Na categoria “corrida”, as mais rápidas foram a Pascoal e Filhos S.A., na subcategoria “construção” e a My Way, na subcategoria “transformação”. Ainda entre as empresas, a claque mais animada puxou pela Grupeixe S.A.

A “Volta ao Cais em Pasteleira”, que se realizou no dia 17 de agosto, contou com cerca de 300 participantes, que pedalaram entre o Cais dos Bacalhoeiros e o Jardim Oudinot, terminando com um piquenique e um bailarico. O prémio de melhor “farpela” foi atribuído a Amélia Ferreira; Vítor Ferreira e Filipe Rodrigues receberam o prémio de melhor “pasteleira”, ex aequo.

Na música, passaram pelo Palco Estibordo, Matias Damásio (13 agosto), Ana Moura (14 agosto), Mickael Carreira (15 agosto), Rui Veloso (16 agosto) e Luís Trigacheiro (17 agosto). Em termos de afluência de público, estima-se que Matias Damásio terá protagonizado a melhor primeira noite de festival, de sempre. Estima-se, ainda, que o concerto de Rui Veloso estará entre os concertos com maior adesão de sempre do Festival do Bacalhau.

As noites encerraram, também com bastante afluência, no Palco Bombordo, com concertos proporcionados por artistas locais: Aura (13 agosto), Manuscrito (14 agosto), Shhh Noise (15 agosto), Tangerina não é Clementina (16 agosto) e Hard-Zeppelin Tribute (17 agosto). No mesmo palco, Rui S Aka Roger e Emanuel Graça foram os DJ de serviço, ao por do sol.

Uma vez mais, o Município de Ílhavo comprometeu-se com as boas práticas em termos de inclusão e de acessibilidade. Todos os concertos do Palco Estibordo e os showcookings de Hélio Loureiro e de Luciana Guimarães tiveram interpretação em língua gestual portuguesa. As pessoas com mobilidade condicionada puderam assistir aos concertos do Palco Estibordo a partir de uma plataforma específica, mais elevada, e reservaram-se duas zonas de estacionamento dedicadas a estas pessoas – uma a sul do Jardim Oudinot, junto ao Ecomare, e outra a norte, junto ao ancoradouro.

O Festival do Bacalhau voltou a merecer a designação de “ecoevento”, distinção atribuída pela ERSUC, como resultado das boas práticas no recinto, que incluem a recolha seletiva de resíduos, inclusive, bio resíduos, óleo alimentar usado e rolhas de cortiça; a utilização de copos e toalhetes reutilizáveis; a disponibilização de beatões por todo o jardim e de um ponto de água junto aos sanitários; a utilização de produtos de limpeza provenientes de economia circular a partir de óleo alimentar usado.

Ao longo dos últimos anos, o Município tem apostado na melhoria das infraestruturas, tanto para proporcionar uma melhor experiência aos visitantes, como para criar melhores condições de trabalho para todos os envolvidos na organização do festival e preparação de refeições. Na edição de 2025, foi reforçado o investimento nas infraestruturas de apoio a todas as equipas que proporcionam os habituais pratos de bacalhau, enquanto atrativo principal do Festival do Bacalhau.