
A confederação das cooperativas agrícolas defendeu hoje a criação de uma entidade reguladora para o setor agroalimentar, para que os elos da cadeia estejam em “pé de igualdade”, e pediu que seja convocada a plataforma PARCA.
“É preciso que haja um equilíbrio nos três elos da cadeia – primário, indústria e distribuição -, e parece-me que a plataforma que reúne todos os ‘players’ desta fileira, a PARCA, podia servir de embrião para criarmos uma entidade reguladora”, avançou o presidente da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, Idalino Leão, em declarações à Lusa.
A composição desta entidade e as respetivas competências de cada participante devem ser discutidas em sede da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, que não reúne desde 2024, apontou a confederação, sublinhando que a produção não está “no mesmo pé de igualdade” que a distribuição.
Contudo, Idalino Leão esclareceu não ver os operadores da grande distribuição como “os maus da fita”, mas como parceiros.
Ainda assim, referiu que “para tudo funcionar de forma equilibrada” é necessária uma entidade reguladora.
O também presidente da AGROS – União de Cooperativas de Produtores de Leite afirmou que a PARCA foi “um pontapé de saída” para sentar à mesa todos os ‘players’ e um “conjunto de boas intenções”, mas lamentou que esta plataforma não esteja a reunir com frequência.
“Se é para mantermos este estado da arte, acho que [a PARCA] tem um interesse muito redutor, tendo em conta os objetivos maiores de equilíbrio, sustentabilidade e rentabilidade de todos os membros da cadeia produtiva”, disse.
Idalino Leão pediu que seja convocada a PARCA, até para que o setor possa decidir qual o futuro da plataforma.
A proposta de criação de uma entidade reguladora já foi apresentada publicamente, bem como ao Governo, mas o presidente da Confagri mostrou-se disponível para fazer uma nova exposição quando a PARCA voltar a reunir.
Em vésperas da apresentação de um novo Orçamento do Estado, a Confagri disse que as questões ligadas à produção, alimentação, ao setor cooperativo e ao mundo rural “serão sempre a sua bandeira”, mas escusou-se a avançar propostas concretas, antes de as fazer chegar ao Governo.