
O núcleo de Arqueologia do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança, instalado no Castelo de Vila Viçosa, integra no seu acervo uma urna de vísceras em calcite, também conhecida como alabastro, datada da Dinastia XXVI do Antigo Egito, entre 664 e 525 a.C.
A peça apresenta uma tampa esculpida em forma de falcão, representando Kebehsenuef, divindade encarregada de proteger os intestinos do morto durante o processo de mumificação. Este artefacto, associado a práticas funerárias egípcias, remonta a um período de renascimento cultural, no qual se recuperaram tradições e expressões artísticas de épocas anteriores.
A coleção de Arqueologia do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança é apresentada de forma cronológica ao longo do piso térreo do castelo. Embora todos os períodos históricos estejam representados, o acervo destaca-se pelo vasto núcleo romano, composto sobretudo por cerâmica proveniente de campanhas de escavação realizadas na região.
Grande parte do espólio foi reunido por António Dias de Deus e Luís Agostinho, funcionários da Colónia Penal de Vila Fernando, cujas descobertas despertaram o interesse do arqueólogo Abel Viana. Foi ele quem organizou, estudou e estruturou a coleção que viria a dar origem ao museu.
O espaço expositivo inclui ainda peças provenientes de coleções arqueológicas reunidas por vários membros da Família Real, bem como elementos arquitetónicos de diferentes períodos, recolhidos ao longo de obras no património edificado de Vila Viçosa e arredores.
