A Comissão de Trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa voltou a alertar para o impacto das altas temperaturas registadas nos últimos dias nas linhas de produção, acusando a administração de não ter implementado soluções eficazes após o período de “shutdown” da fábrica. Apesar dos alertas emitidos antes do regresso à laboração, os representantes dos trabalhadores afirmam que pouco foi feito para garantir a saúde e segurança no local de trabalho.

Nos últimos dias, a estrutura sindical identificou pontos críticos em diversas áreas de produção e exigiu a aplicação urgente de medidas como o reforço da ventilação, o fornecimento regular de garrafas de água fresca em pontos estratégicos e a melhoria das condições de transporte, sobretudo nos autocarros que transportam funcionários, onde também são reportadas temperaturas elevadas. Foi ainda proposta a criação de um protocolo de contingência para enfrentar períodos de calor extremo.

Paralelamente, a Comissão de Trabalhadores repudiou veementemente o anteprojeto de reforma laboral aprovado pelo Governo em 24 de julho de 2025, que prevê alterações profundas a mais de 100 artigos do Código do Trabalho, incluindo a redução de direitos de parentalidade, facilitação de despedimentos e maiores restrições à contratação coletiva. Considerando tratar-se de um “ataque frontal aos direitos laborais”, a estrutura anunciou que irá mobilizar os trabalhadores para protestos e ações conjuntas com outros sindicatos.

Para a Comissão, eventuais alterações à legislação laboral devem priorizar a melhoria das condições de trabalho, o combate à precariedade e a proteção de quem exerce funções por turnos, rejeitando medidas que resultem na regressão de direitos conquistados.