
A fachada da Sagrada Família, uma das obras mais emblemáticas do arquiteto Antoni Gaudí, foi alvo de um protesto ambiental na manhã deste domingo, 31 de agosto. Duas ativistas do grupo ecologista Futuro Vegetal atiraram tinta vermelha e preta sobre uma das colunas do monumento, em Barcelona, em sinal de contestação à alegada inação do governo espanhol face às alterações climáticas.
O protesto, que rapidamente se tornou viral nas redes sociais mediante um vídeo divulgado pelo próprio coletivo, terminou com a detenção imediata das duas jovens por elementos de segurança da basílica. Durante a ação, ouviram-se palavras de ordem a exigir “justiça climática”, num gesto que o grupo diz ser simbólico da ligação entre a crise ambiental e a devastação provocada pelos incêndios que, este verão, atingiram Espanha.
Segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), só em agosto foram consumidos mais de 350 mil hectares de floresta, provocando quatro mortes em diferentes regiões do país. O governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez já classificou os incêndios como “uma das maiores catástrofes ambientais” dos últimos anos, sublinhando a influência das alterações climáticas na dimensão da tragédia.
O coletivo Futuro Vegetal tem protagonizado várias ações de protesto nos últimos anos. Em 2024, as autoridades espanholas detiveram 22 elementos do movimento, entre eles os ativistas que atacaram o Museu do Prado, em Madrid, e três dos líderes do grupo.
A Sagrada Família, um dos maiores ícones turísticos de Barcelona e ainda em construção após mais de um século, volta assim a estar no centro da polémica, desta vez não pela sua arquitetura singular, mas como palco de um protesto que colocou a crise climática em evidência perante milhares de visitantes.