Um novo teste com ondas cerebrais pode ajudar identificar pessoas que tenham um maior risco de virem a ter Alzheimer. A conclusão foi de um estudo realizado pela Universidade de Bristol, em Inglaterra. O teste dura a apenas três minutos e pode ser uma boa ajuda da detenção precoce e no início dos tratamentos.

O novo teste identificou alguns problemas de memória em específico e mostrou quem tinha um maior risco de vir a ter Alzheimer. A investigação foi feita num grupo de pouco mais de 100 pessoas. O objetivo é alargar a escala para tentar perceber a eficácia deste teste.

Segundo o The Guardian, trata-se de um teste Fastball, uma forma de eletroencefalograma que utiliza pequenos sensores no couro cabeludo para registar a atividade do cérebro. O teste acaba por detetar problemas de memória ao analisar as respostas que o cérebro dá a cada imagem que as pessoas observavam.

"Este estudo mostra que a nossa nova medida passiva de memória, que criamos especificamente para o diagnóstico da doença de Alzheimer, pode ser sensível a pessoas com risco muito alto, mas que ainda não foram diagnosticados", revela o neurocientista George Stothart.

No estudo foi registada a atividade cerebral dos participantes enquanto assistiam a centenas de imagens que apareciam num ecrã. No final, o teste conseguiu identificar quem tinha maior risco de vir a desenvolver a doença.

Vladimir Litvak, do Instituto de Neurologia Queen Square da UCL, revelou que este teste pode vir a ser crucial para o desenvolvimento de um teste que possa vir a ser verdadeiramente útil.

Na mesma linha aponta também a médica Julia Dudley, da Alzheimer's Research UK. "É encorajador ver estudos a explorar possíveis maneiras de detetar problemas de memória precocemente. Novos tratamentos de Alzheimer estão a mostrar-se mais eficazes quando administrados em estágios iniciais da doença, portanto, o diagnóstico precoce é fundamental para que as pessoas beneficiem."

Especialista revela quatro sintomas de Alzheimer (antes dos 30 anos)

Num artigo publicado no portal The Conversation, o professor Mark Dallas, da Universidade de Reading, no Reino Unido, diz os casos são raros e que o Alzheimer tende a surgir após os 50 anos.

Refere também que jovens podem apresentar outros sintomas como dificuldades de atenção, menor capacidade de gesticulação com as mãos, perda de consciência espacial e altos níveis de ansiedade.

O que é demência?

Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.

A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.