
Num estudo recente publicado na revista Foods, investigadores da Universidade de Pisa, em Itália, analisaram produtos alimentares à base de insetos na Europa.
O interesse por fontes alternativas de proteína aumentou substancialmente devido ao crescimento da população global, às preocupações com a segurança alimentar, aos custos crescentes das fontes tradicionais de proteína e ao impacto ambiental da agricultura e da pecuária.
Além disso, diversos novos alimentos, como proteínas unicelulares, algas e insetos, foram propostos na última década, e alimentos à base de insetos representam uma solução emergente.
Leia Também: Pintar o teto da varanda com esta cor pode afastar os insetos de vez?
Os insetos são uma excelente fonte de nutrientes e a sua composição nutricional varia de acordo com a espécie, influenciada por diversos fatores abióticos e bióticos, incluindo condições de criação, estágio de desenvolvimento e dieta. Insetos comestíveis e os seus produtos foram categorizados como 'Novos Alimentos' na União Europeia.
No entanto, dada a sua ausência nas culturas alimentares europeias, o setor de insetos enfrenta desafios por vários motivos, incluindo riscos para a saúde, percepção de sabor, limitações religiosas ou de dieta, disponibilidade limitada de produtos e preços mais altos em comparação com alimentos convencionais.
O estudo e as descobertas
No recente estudo, os investigadores analisaram o mercado europeu de comércio online de alimentos à base de insetos, examinando os seus preços, valores nutricionais, espécies e categorias de alimentos. Primeiramente, identificaram plataformas de comércio online que abrigavam informações sobre empresas produtoras de alimentos à base de insetos na Europa. Isso revelou 523 produtos de 53 produtores.
Em conjunto, os produtos comestíveis de insetos existentes no mercado europeu são principalmente salgadinhos, chocolates e produtos relacionados. Esses produtos são bem conhecidos pelos consumidores e oferecem proteção invisível contra insetos (por exemplo, em temperos). Como tal, são os mais fáceis de aceitar e consumir, mas também os mais difíceis de incorporar na dieta diária.
O estudo destaca que esses produtos são frequentemente consumidos como alimentos "ocasionalmente experimentais", em vez de alimentos básicos regulares, e a sua integração na dieta diária enfrenta desafios relacionados com as atitudes e os hábitos dos consumidores.
Leia Também: Intolerância ao glúten? Sete trocas que tem de fazer na sua dieta
No geral, estas descobertas destacam os benefícios dos alimentos à base de insetos em termos de ingestão de proteína, gordura e energia.
Os autores sugerem que, para superar percepções negativas e facilitar uma adoção mais ampla, será crucial aumentar a consciencialização do consumidor sobre os benefícios para a saúde e a sustentabilidade dos alimentos à base de insetos, diversificar a oferta de produtos e desenvolver estratégias de comunicação direcionadas, incluindo conteúdo envolvente nas redes sociais e receitas atraentes.
O apoio a políticas públicas também pode ajudar a promover uma abordagem sustentável para a produção de alimentos e incentivar a inovação no setor de alimentos à base de insetos.
Leia Também: Especialista explica como aliviar sintomas do lipedema com a alimentação