
Na sua terceira edição, o FOO "veste-se de Almada Negreiros e Belle Époque estendendo uma ponte artística entre as primeiras décadas do século XX" e a atualidade, anunciou a diretora artística, Carla Caramujo, na apresentação do festival que ficará também marcado pela "reivindicação de valores fundamentais da liberdade, igualdade e tolerância".
A edição de 2025, apresentada na quarta-feira em Lisboa, apresenta-se, segundo a soprano, "irreverente nas linguagens musicais criadas por Bizet, Ravel, Vasco Mendonça, Manuel de Falla, Christoph Renhart, Wolf-Ferrari e, manifestamente tolerante, na forte mensagem humana dos textos por estes compositores musicados, sem deixar de homenagear Camões e a língua portuguesa".
O programa arranca no dia 06 de setembro, com o concerto inaugural, no Parque Tecnológico de Óbidos, a homenagear Georges Bizet (1838-1875), nos 150 anos da sua morte, e Vasco da Gama (1468-1524), com uma ode sinfónica a assinalar os 500 anos da morte do navegador português.
No fim de semana de 13 e 14 de setembro, o palco operático será o Convento de São Miguel, nas Gaeiras, num programa para famílias e público jovem num modelo duplo: ou seja, a apresentação, numa única sessão e bilhete, de duas récitas distintas, separadas por intervalo.
As propostas passam pelas óperas 'O Lobo, a Menina e o Caçador', de Vasco Mendonça e Gonçalo M. Tavares, e 'L'enfant et les Sortilèges' de Maurice Ravel (1875-1937), assinalando os 150 anos do nascimento do compositor.
No dia 18 o festival muda-se para a Praça da Criatividade, em Óbidos, para apresentar 'Café Europa', uma ópera contemporânea integrada no projeto Sounds of Change, com base no libreto 'Between Memories', de Alexandre Honrado, e música do compositor austríaco Christoph Renhart.
Esta ópera será estreada na Sérvia e, além de Portugal, também será apresentada na Eslovénia.
Pelo meio ficará um recital protagonizado por talentos emergentes na cena lírica (11 de setembro) e, no último fim de semana (20 e 21), o encerramento do festival voltará ao sistema 'double bill', no Convento de São Miguel.
A primeira proposta será a ópera 'Il Segreto di Susanna', de Ermanno Wolf-Ferrari, com libreto de Enrico Golisciani.
Estreada em 1909, trata-se de uma comédia que conta a história de um mal-entendido entre o Conde Gil e sua jovem esposa, Susanna.
"O conde, atormentado pelo cheiro de tabaco na casa, suspeita que a esposa tem um amante", mas "o segredo de Susanna é, na verdade, o seu hábito de fumar escondida" que alimenta o enredo "cómico de suspeitas e reconciliação", pode ler-se na sinopse.
Ao final da tarde, há lugar para a ópera 'El Amor Brujo', de Manuel de Fala, que conta a história de "Candela, uma jovem cigana assombrada pelo espírito ciumento do seu falecido amante", refere a sinopse do espetáculo marcado por melodias e ritmos flamencos.
O FOO é organizado pela ABA - Banda de Alcobaça Associação de Artes em parceria com a Câmara Municipal de Óbidos e tem o apoio da Direção Geral das Artes, do BPI/Fundação 'la Caixa', do Círculo Richard Wagner Portugal e o apoio mecenático da Égide.