
No coração do Alto Minho, onde o rio Coura serpenteia entre colinas verdes, o Vodafone Paredes de Coura não é apenas um festival de música, é um ritual, uma peregrinação, uma celebração da vida. E para um grupo singular de amigos é uma tradição que perdura há quase três décadas.
Conhecidos como a 'Velha Guarda 1998', este grupo de colegas de trabalho, que começou no negócio de jantes em Braga e se expandiu para terras francesas, é a alma viva do festival há 27 anos.
Este ano, encontrámo-los acabados de chegar das ilhas Canárias, bronzeados, cheios de histórias e prontos para mais uma edição épica.
"Já chegámos a ser mais de 60. Temos cozinha, casa de banho, tudo. Este festival é dos melhores, tem condições formidáveis", contam à SIC os membros do grupo Velha Guarda 1998.
A ementa destes dias inclui arroz de polvo, coelho à caçador, bacalhau assado na brasa (nos grelhadores do campismo, mesmo ali ao lado) com ovinhos caseiros e presunto de pata negra.
"É só iguarias, já merecem uma estrela Michelin"
"Comem-se aqui uma iguarias fantásticas, já merecem uma estrela Michelin", elogia Rui Andrade, que tem uma food truck há 12 anos na entrada do campismo: "Criou-se esta amizade ao longo dos anos. Acabam por nos convidar para vir aqui comer umas iguarias, e ajudamo-nos todos. Nós vamos diariamente ao Porto, sempre que é preciso alguma coisa nós trazemos. Há um grande espírito de entreajuda, nunca falta nada."
Neste grupo não encontramos propriamente melómanos, mas sobretudo muitas referências ao "ambiente fantástico". Apesar disso, há a curiosidade de, ano após ano, subir até ao recinto dos concertos para conhecer música nova. "Nunca nos cansamos disto": na turma já começa a haver pais e filhos, espera-se que em breve também os netos se juntem. É um grupo que não passa despercebido a quem entra e sai da zona das tendas: