Como é que David Bruno se preparou para a estreia no festival Meo Kalorama? “A minha preparação para isto foi a vida”, declara, em entrevista à SIC Notícias. “Estou preparado há 39 anos, que é a minha idade.”

É nos bastidores do Palco Meo que o encontramos. De óculos de sol, camisa de padrão aberta e joalharia a rematar o look. Não acusa qualquer pressão. Transpira descontração.

“Nos meus concertos, eu não preparo”, confessa. “Acho que, em tudo na vida, se preparas demais, as pessoas percebem que é demasiado preparado, portanto eu deixo andar.”

O músico de Gaia tem, neste primeiro dia do Kalorama, honras de palco principal: uma atuação no Palco Meo às 18h25, antes de nomes como Father John Misty, Pet Shop Boys e The Flaming Lips.

Para a atuação desta quinta-feira, conta com o “à-vontade em palco” que lhe é característico. “Tenho um pouco de lata para fazer o que me apetecer”, diz.

Ainda assim, admite que, em ambiente de festival, o público pode estar “mais a frio”. “É preciso aquecê-lo mais e puxar por ele. No que toca a aquecer, os 29ºC que se fazem sentir no Parque da Bela Vista, em Lisboa, podem dar uma ajuda – ou não fosse “Kalorama” o nome deste festival.

Mas David Bruno conta com outro segredo na manga para “agarrar” pelos festivaleiros: “Eu trabalhei muitos anos como vendedor da MEO porta a porta. Serve essa experiência para puxar pelas pessoas”, atira.

De vender porta a porta para uma marca até atuar no palco principal do festival de música por ela patrocinado, o artista,conhecido pela sonoridade alternativa, defende que “se o público quer que toque aqui, então faz sentido”.

“O Quim Barreiros dizia assim: nos meus concertos, eu não toco o que quero. Eu toco o que eu sei que as pessoas querem ouvir e guardo uma pequena percentagem para as coisas que eu quero tocar”, recorda, como mantra para este espetáculo no Kalorama .

“Quem manda é o público”, conclui. “Eu vou fazer o meu melhor.