
O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais de Inglaterra, França, Itália e Alemanha demonstraram com êxito que as infraestruturas de pagamentos por grosso, tais como o RTGS (sistema de liquidação bruta em tempo real), podem interoperar entre si para as transações cambiais.
O projeto envolveu a sincronização da liquidação de transações cambiais, utilizando tecnologia de livro-razão distribuído, de modo a que a transferência de uma parte da transação (como a compra de uma moeda) só ocorra se ocorrer a transferência da outra (como a venda de outra moeda), explicam o BIS e o BCE num comunicado divulgado nesta quinta-feira.
O projeto Meridian FX procurou abordar algumas das ações preconizadas no roteiro para os pagamentos transfronteiriços. Por exemplo, a redução do risco de liquidação de divisas através de transações de pagamento contra pagamento e o estabelecimento de ligações realistas entre as infraestruturas de pagamento por grosso de diferentes países.
O projeto ligou uma versão sintética do SLBTR do Reino Unido a três soluções experimentais de interoperabilidade do Eurosistema: DL3S (desenvolvida pelo Banco de França), TIPS Hash-Link (desenvolvida pelo Banco de Itália) e a Trigger Solution (desenvolvida pelo Deutsche Bundesbank).
“Combinado com os resultados de trabalhos anteriores realizados pelo BIS e pelo Banco de Inglaterra, o Meridian FX mostra que a sincronização pode ser agnóstica, tanto em relação ao ativo ou fundo da transação em causa como à tecnologia dos livros-razão, salientando a sua potencial utilização noutros mercados”, pode ler-se no comunicado divulgado.