
Os dois bancos africanos nos quais o BPI detém participações — o Banco de Fomento Angola (BFA, com 14,75%) e o Banco Comercial e de Investimentos (BCI, com 35,67%) em Moçambique — tiveram contributos distintos para os resultados do primeiro semestre. O BCI teve necessidade de constituir imparidades no valor de 10 milhões de euros, devido ao ‘downgrading’ do risco da dívida soberana, enquanto o BFA registou um contributo de 43 milhões de euros, representando um crescimento de 5% face ao período homólogo.
A este propósito, o CEO do BPI afirmou, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados realizada nesta quinta-feira, que “neste momento, esperamos que o IPO (Oferta Pública Inicial) seja realizado no final de setembro”. João Pedro Oliveira e Costa acrescentou: “É a maior operação em Angola, do maior banco angolano, e uma das maiores operações em África”.
O responsável manifestou-se “muito satisfeito” com o trabalho desenvolvido, embora tenha expressado alguma preocupação com os recentes episódios de violência ocorridos na capital, Luanda, dos quais resultaram quatro mortos e centenas de feridos. “Estou convencido de que a situação vai acalmar, e conto estar em Luanda, em setembro, a aplaudir a entrada do BFA em Bolsa”.
O BPI irá alienar a sua participação de 14,75%, enquanto o Estado angolano procederá à alienação da participação detida através da empresa de telecomunicações Unitel, correspondente a 15%.
O BFA foi adquirido pelo Grupo BPI em 1996, ao então Banco de Fomento Exterior. Em 2002, o BFA assumiu o estatuto de banco angolano e, em 2015, tornou-se o primeiro membro da BODIVA — a Bolsa de Valores de Angola — com mais de 70% de quota de mercado em volume e número de transações. O BFA possui uma rede de agências com cobertura nacional em Angola e serve mais de três milhões de clientes.